Foto: Anderson Tozato/O Estado |
Roseli se preocupa com a saúde: ?É uma água muito fedorenta e suja, que traz moscas e ratos. Muita gente já teve diarréia e vômitos?. continua após a publicidade |
Enquanto a maioria das pessoas comemora a chegada do verão, descendo para o litoral, os moradores da Rua Padre Isaías de Andrade, no Parolin, mal conseguem dormir. A chegada da estação mais quente do ano traz com ela pancadas de chuva e temporais, que fazem o Rio Belém, que passa por trás da viela, transbordar. A água suja, onde são despejados dejetos biológicos diretamente dos vasos sanitários, invade as casas, levando muita sujeira e ratos, principais agentes de transmissão da leptospirose.
A auxiliar de limpeza Tereza Palhano, que mora no local há 30 anos, diz que o problema se agrava a cada dia. ?O rio está cada vez mais raso e quando chove, a rua vira um outro rio. A gente tem que correr para levantar as coisas e sair rápido de dentro de casa?, diz. Para tentar amenizar o problema, ela elevou a calçada em frente à casa, que ela diz ter sido comprada. ?Mas não adianta. A gente vem pedindo a solução do problema para a associação de bairro, porém a Prefeitura não vem fazer um trabalho de rebaixamento no rio. Entra prefeito, sai prefeito e não somos atendidos.?
Pior do que a situação de Tereza é a da dona de casa Roseli Soares, cujas janelas dos cômodos dão diretamente para o rio. Com crianças pequenas em casa, ela se preocupa com a saúde da prole. ?É uma água muito fedorenta e suja, que traz moscas e ratos. Tem muita gente que já teve diarréia e vômitos por causa das enchentes.?
O vizinho de Roseli, João Fagundes, reclama que, além da sujeira trazida pela água, ela levou parte do alicerce da residência dele. ?A minha casa está apoiada numa árvore. Toda vez que chove, é uma cachoeira. Tenho medo que a casa seja levada.?
O presidente da Associação de Moradores do Parolin, Edson Pereira, diz que a Prefeitura já foi notificada e que conversas preliminares estão sendo feitas. ?Eles dizem que tem que resolver antes a questão da urbanização. Tomara que resolvam isso logo, pois já faz anos que estamos preocupados. Quando chove, a água vem até a Brigadeiro Franco e vira um piscinão.?
Através da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Curitiba confirmou que já tem conhecimento do problema e que já trabalha para solucioná-lo. Para fazer obras de alargamento do rio, algumas famílias terão de ser relocadas e, como se trata de uma área mista, onde parte das casas está em terrenos irregulares, esse processo não é rápido. A promessa é de que a partir de fevereiro o projeto de urbanização dessa região do Parolin comece a ser implantado, após 40 anos de ocupação da área.
Na Sanepar, a informação é de que a implantação de redes de esgotos nas referidas casas só poderá ser feita em parceria com a Prefeitura, depois do processo de urbanização da região.