Atendimento ao público será normal a partir de hoje. |
Os servidores estatuários que estavam em greve no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) voltaram ao trabalho ontem. Na última sexta-feira o juiz substituto da 2.ª Vara Federal, Ricardo Rachid de Oliveira, determinou que os funcionários retomassem as atividades, a pedido do Ministério Público Federal. Segundo a direção do HC, o movimento já ameaçava afetar o atendimento em setores onde estavam internados pacientes em estado grave.
A liminar saiu na sexta-feira à noite, mas só ontem pela manhã o sindicato foi comunicado sobre a decisão. Às 11h30, em assembléia extraordinária, os servidores decidiram acatar a liminar, que previa multa de R$ 60 mil por dia para cada réu que descumprisse a decisão do juiz. No documento, Oliveira afirma que os servidores vão ter que encontrar outro meio para manifestar o seu inconformismo com a atual política salarial. Nos outros setores da universidade a greve continua. Estão comprometidos o serviço de transporte, restaurante universitário e o de atendimento à saúde do servidor e acadêmicos, chamado de Casa Três.
A paralisação atingiu o HC na segunda-feira da semana passada, e nos primeiros dias não afetou os atendimentos. A situação começou a se complicar na quinta-feira, quando quatro pacientes que chegaram em estado grave tiveram que ser transferidos. Haviam poucos enfermeiros e técnicos no setor de emergência clínica para atender a quem já estava internado. Outros setores também foram atingidos, e o número de pacientes internados chegou a baixar de 420 para 375. Algumas cirurgias também precisaram ser remarcadas.
Ontem pela manhã 44 servidores estavam parados, e à tarde, depois da assembléia, 25 não retornaram ao trabalho. Segundo a assessoria do hospital, isso pode ter ocorrido porque eles ainda não sabiam da liminar e da decisão dos servidores. Mas o atendimento no HC já havia sido normalizado.
Reajuste
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest), Moacir Freitas, a greve se deve ao não-cumprimento por parte do governo federal de um acordo que vem sendo negociado desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles querem reajuste salarial, que varia entre 9 e 32% conforme a categoria do servidor, além da implantação do plano de cargos, carreiras e salários e concurso público.