Os funcionários dos Correios, em greve há 21 dias, devem voltar ao trabalho amanhã. Eles se reúnem em assembléia, hoje à tarde, para avaliar o acordo “costurado” no sábado, entre a Federação Nacional da categoria (Fentect) e o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, numa reunião que durou mais de sete horas em Brasília.
Pelo acordo, a empresa se compromete a pagar em definitivo o adicional de 30% do salário-base para todos os 43 mil carteiros que trabalham na distribuição e coleta externa. Aos outros 16 mil trabalhadores, que atuam na distribuição e no atendimento das agências, a empresa pagará um valor fixo de R$ 260.
Paraná
O diretor de Finanças do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Sebastião Cruz disse que o pagamento do adicional será retroativo ao mês de junho. O pagamento dos 30% havia sido prometido os trabalhadores há sete meses, para ser incorporado aos salários a partir de março.
“Como isso não foi cumprido, em abril fizemos uma greve de sete dias, sendo que a promessa era para pagar em junho, e eles novamente tentaram nos enrolar”, falou o sindicalista. Pelo acordo firmado no sábado, os dias parados não serão descontados, mas, em troca os trabalhadores irão compensar as horas para normalizar a entrega das correspondências: 130 milhões de cartas e objetos em ntodo o país.
Data-base
E no próximo mês, data-base da categoria, os funcionários dos Correios começam uma nova discussão. Dessa vez será sobre o plano de cargos, carreiras e salários (PCCS). Sebastião Cruz acrescentou que também farão parte da pauta de reivindicações a participação nos lucros, que segundo ele, vem sendo feita de forma desigual.
“Enquanto diretores da empresa receberam entre R$ 40 mil a R$ 20 mil, os carteiros apenas R$ 300. Isso não é justo e vamos discutir na seqüência”, falou.
O sindicalista falou ainda que os trabalhadores continuam colhendo assinaturas para um documento pedindo o afastamento do presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, e do diretor regional da empresa no Paraná, Itamar Ribeiro.
O representante do Sintcom-PR afirma que Custódio deveria ser processado por má gestão pública e pelo transtorno causado aos trabalhadores e à população brasileira. “Foi ele que construiu essa greve por não cumprir o acordo”, disse. Já contra Ribeiro, a bronca do sindicato é pela falta de diálogo com os trabalhadores.