As empresas de ônibus de Curitiba e região recorreram a um anúncio pago para estampar a crise financeira na qual se encontram e, mais uma vez, tentar sensibilizar o poder público e a sociedade da necessidade de se reajustar a tarifa técnica para R$ 3,10. Desde o início deste mês a tarifa técnica praticada é de R$ 2,89.
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), que assina a nota, o “rombo financeiro” nos caixas das empresas ultrapassa dezenas de milhões de reais.
Tanto que o 13.º salário dos motoristas e cobradores precisou ser parcelado neste ano. Os problemas seriam decorrentes de ano de políticas equivocadas da prefeitura de Curitiba.
Dentre as políticas “equivocadas” da Urbs citadas pelo sindicato, estão os R$ 600 milhões de investimentos nos últimos dois anos, que data a licitação do transporte coletivo, e que a conta foi paga pelas empresas, sem contrapartida do poder público.
Reclamações
O sindicato também informa que novos ônibus biarticulados estão parados nas garagens por falta de adequações necessárias nas canaletas, que não comportam os veículos comprados.
Outra reclamação é sobre a bilhetagem eletrônica de Curitiba classificada como a “mais cara e ineficiente do País”, com problemas constantes e falhas que não são corrigidas.
O valor de R$ 3,10 que aumenta em R$ 0,50 a diferença entre a tarifa técnica e o valor cobrado dos passageiros (R$ 2,60), segundo a Setransp, foi calculado por meio de trabalho de perícia realizado por professores Universidade de São Paulo ligados à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O prefeito eleito Gustavo Fruet, durante a campanha, afirmou que iria investigar a Urbs. Mas diante desse quadro, seu o primeiro desafio será sensibilizar o governador Beto Richa a prorrogar a manutenção do subsídio estadual (R$ 64 milhões) que se encerra em abril para garantir o ônibus a R$ 2,60.