Desde que a lei seca ficou mais rigorosa, no fim do mês passado, sair à noite virou desafio para muitos motoristas. Afinal, qualquer gole de bebida alcoólica pode virar problemão para quem pega o carro logo depois. Atento, o empresário Cesar Augusto Alves percebeu na situação uma nova oportunidade e criou o serviço Disk Lei Seca, que pode ser a solução para quem não abre mão da cervejinha nas festas e baladas.
Quando alguém liga para o Disk Lei Seca, dois motoristas vão até o local indicado. Um dirige o carro do cliente e leva ele para casa e outro segue atrás em outro veículo. “O cliente pode escolher se quer motorista homem ou mulher. São todos profissionais capacitados, com curso de direção. Damos recibo e nos responsabilizamos por qualquer multa ou dano ao veiculo nesse percurso. Tentamos prestar serviço seguro e de qualidade”, garante Cesar.
Preço
Em três semanas de funcionamento, o Disk Lei Seca já fez 22 atendimentos. “O movimento está melhorando. No fim de semana, atendemos dez clientes. Por enquanto, a maioria é de motoristas com mais de 35 anos. Eles saem com a família para alguma festa, formatura ou casamento. Os jovens, infelizmente, ainda não aderiram”, conta o empresário.
O valor do serviço não é tabelado, mas pode ser menor que o da corrida de táxi. “Uma viagem de Santa Felicidade até o Cristo Rei, por exemplo, fica em R$ 25. Em média, sai de R$ 1 a R$ 1,30 por quilômetro”, diz Cesar.
O advogado Elias Eb Miskalo já ligou para o Disk Lei Seca. “Fiquei sabendo do serviço pelo rádio. No sábado, fui com minha esposa e dois filhos a uma festa de 15 anos e decidimos ligar. No horário marcado, às 2h30 da manhã, ligaram avisando que estavam esperando na porta do restaurante. Ninguém ficou alcoolizado, mas como a lei é de tolerância zero, não corri o risco de ser preso, ter a carteira suspensa e pagar R$ 2 mil de multa. Superou minha expectativa e recomendo”, afirma.
Apoio dos donos de bares
Assustados com a queda no movimento, os donos de bares e restaurantes batem palma para a iniciativa. “A redução desde janeiro foi de 20% em Curitiba e de até 40% no litoral. Apoiamos 100% iniciativa como essa e esperamos que o poder público também faça alguma coisa, como uma linha de ônibus entre os bares”, diz o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo.