Pelas contas de Barbosa passam pelas suas mãos cerca de 50 pianos por ano e nos últimos tempos foram mais de 450. Na oficina ele monta e também faz a restauração completa dos instrumentos, bem como a reforma daqueles que compra para revenda. O negócio começou com os equipamentos da loja onde aprendeu todo o ofício aos 16 anos, mas que faliu e lhe entregou os objetos como forma de pagamento.
Durante o trabalho, o restaurador percebeu uma forte relação afetiva dos clientes com os instrumentos. “O cliente que restaura é aquele que tem o piano de família, tem uma história. As pessoas conseguem resgatar os sonhos, lembram de situações da infância”, conta. Porém, todo este sentimento tem enfrentado um forte concorrente: a falta de espaço nas residências. Isso também movimenta o negócio de Robson.
Novo público
Na contramão das famílias que tradicionalmente investiam em pianos e agora estão se desfazendo deles está a classe C, que aparece como o mais novo consumidor. Sete entre dez compradores são da nova classe média, que investem cerca de R$ 6 mil no instrumento, que pode ser parcelado em até dez vezes. “O mercado está se renovando. Compro de quem tem posses e repasso para a classe C”, analisa. E não é preciso ir muito longe para encontrar pessoas que se renderam ao piano. Depois de observar o trabalho na oficina, a vizinha de Barbosa investiu no instrumento. “Quem está comprando agora quer o piano para ser uma forma de relaxar, para lazer, não para seguir carreira”.
Marco Andre Lima |
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No cruzamento
Moradora da Rua dos Bicos-de-lacres, a cabelereira Clotilde Moro, 59, diz que são constantes os acidentes no cruzamento com a Avenida Brasília.
“O ponto é sem visibilidade nenhuma”, diz. Mas ela tem a solução para o problema: “precisa de um sinaleiro urgente”.
Veja na galeria de fotos os pianos.