Três auditores fiscais do Trabalho da Delegacia Regional do Trabalho (DRT/PR) estiveram ontem, na Prefeitura de Tunas do Paraná, regularizando a situação dos 85 empregados que atuavam em regime de escravidão em uma fazenda do município. Além dos auditores, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o advogado da empresa, juntamente com representantes do seu departamento de recursos humanos, estiveram presentes na Prefeitura. Segundo auditora Elizabeth Nunes de Carvalho, até o meio da tarde de ontem, foram atendidos 25 trabalhadores.

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De acordo com a fiscal, os empregados estão tranqüilos e cientes que irão receber o seguro-desemprego. ?Estou conversando bastante com eles e explicando a situação?, diz. De acordo com ela, lá se encontram trabalhadores de diversas regiões do Estado, entre elas Palmas, Palmital, Adrianópolis e alguns de Apiaí (interior de São Paulo). O pagamento dos empregados, segundo a Elizabeth, será efetuado amanhã, às 10h, também na Prefeitura de Tunas. ?Como a maioria não é da região, vamos acomodá-los aqui em Tunas?, informa Elizabeth.

Um dos trabalhadores que atuava há sete meses no corte de madeira da fazenda, Vagner Duarte de Lima, 27 anos, oriundo de Apiaí, contou que dormia em um barraco sem condições sanitárias e que pagava pela alimentação. Lima deveria receber R$ 20 ao dia, ?mas há mais de um mês que o pagamento está atrasado?, afirmou o trabalhador.

De acordo com a fiscal, um dos trabalhadores não possuía documentos e sequer sabia sua data de nascimento. Para o delegado regional do Trabalho, Geraldo Serathiuk, o episódio deve servir de lição para as cadeias produtivas do campo.

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