Os torcedores do Brasil que assistiram à partida contra Portugal pela Copa do Mundo, na Mercearia do Português, ontem, em Curitiba, pensaram que o bolinho de bacalhau não ia cair bem para o time adversário. No entanto, o prato foi indigesto para os dois times.
E todos tiveram que se conformar, afinal a seleção brasileira não fez nenhum gol, apesar de chegar muito perto em alguns momentos. Ao mesmo tempo, a equipe de Portugal, mesmo depois de fazer sete em cima da Coréia do Norte, não assustou tanto. Mesmo assim, as duas seleções se classificaram para a próxima fase da Copa.
A dona do restaurante, Amélia Ferreira (que era a única torcedora de Portugal no local) estava confiante. Ela admitiu que a seleção brasileira é melhor do que a portuguesa, mas mesmo assim não perde a esperança.
“Adoro a seleção brasileira, mas torço pelo meu país de origem. Portugal já ganhou do Brasil em amistosos, então não posso desanimar”, brincou. Entre um prato de bacalhau e outro, várias pessoas comiam e ficavam nervosas na frente da televisão, pois afinal, o gol tão esperado não saia nunca. Afinal, o time adversário não era tão ruim.
O marido de Amélia, Ricardo Teçaroli (que é brasileiro) torcia contra a mulher, mas o jogo terminou empatado em zero a zero. Desta vez, o casal vai ficar ainda mais harmônico, pois não há nenhum motivo mesmo para discussão. “Mas eu acho legal essa diferença nossa. Não brigamos nunca. Afinal, os dois países são irmãos”, afirmou Teçaroli.
Boca Maldita
Em Curitiba, como em todos os jogos, as ruas estavam desertas. Exceto a mais tradicional da capital, a Rua XV de Novembro, onde o telão exibia a partida, na Boca Maldita. Milhares de pessoas lotaram o local.
Algumas nem assistiam ao telão, apenas tiravam foto ou filmavam, afinal a Rua XV lotada daquele jeito é cena rara. “Eu tiro fotos e mando para a minha filha que mora em Buenos Aires, na Argentina. Ela está lá, mas torce pelo Brasil”, contou a assessora parlamentar Neusa Santos.
Segundo ela, quando a Argentina joga, a filha torce para o time. Porém, admite que se der Brasil e Argentina na final, a filha vai torcer para o Brasil. “Eu torço aqui e ela lá”, descontraiu.
Daniel Caron |
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Quase tudo em verde e amarelo na capital, só o placar ficou em branco. |