A diarista Vanda Camargo recebeu a proposta de trocar a carteira de cigarro por um bombom. Ela aceitou a troca, que apesar de simbólica, lhe fez pensar que a atitude poderia ser definitiva, pois afinal são vinte anos de vício. Vanda foi uma das centenas de pessoas abordadas ontem, na Boca Maldita, no centro de Curitiba, durante uma ação antifumo, que marcou o Dia Mundial de Combate ao Tabagismo.

Segundo o médico cardiologista Mário Macedo, isso é possível. “As pessoas têm que tomar consciência que o cigarro pode não representar nenhum mal hoje, mas amanhã, com certeza, ele será o causador de muitas doenças, principalmente para os sistemas cardiovascular e respiratório”, disse.

Já está comprovado que o cigarro é responsável por 45% das mortes por infarto na faixa etária abaixo dos 65 anos. Ele também responde por 86% dos óbitos por bronquite e enfisema pulmonar, assim como por 90% dos casos de câncer de pulmão. Entre as doenças vasculares, como o derrame cerebral, o cigarro está presente em 25% dos casos.

Mesmo sabendo das conseqüências do vício, a diarista Vanda Camargo diz que está precisando de um pouco mais de coragem para largar o cigarro. “Sei que nenhum remédio ajuda, tem que ter vergonha na cara e força de vontade”, afirmou. O operador Alden Lates também tem consciência dos males do cigarro, que o acompanha há 10 anos. “Eu pretendo parar, mas agora ainda não consigo”, admite.

O médico Mário Macedo – que fumou por 15 anos e abandonou o vício há 30 anos – afirma que é possível. Para ele, a fórmula de sucesso foi investir na prática regular de esportes. Hoje, com 70 anos, é campeão brasileiro de natação. Ele garante que ainda não sente os reflexos da juventude quando era fumante, mas tem consciência que eles irão aparecer. “Os reflexos são pequenos e vêm como juros do BNDES, a longo prazo”, brincou.

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