Mais de dois milhões de candidatos deixaram de fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo o País, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). No Paraná, cerca de 350 mil estudantes enfrentaram nesse final de semana uma maratona de dois dias de provas.
A edição de 2013 do Enem teve número de recorde de inscrições no Brasil: 7,1 milhões. No segundo dia, segundo dados provisórios do MEC, a taxa de abstenção nacional foi de 29%. Em 2012, esse índice foi de 27,9%. O exame é importante para estudantes que buscam vagas em universidades, que concorrem a bolsas de estudo, tentam financiamento estudantil ou uma vaga no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Em entrevista coletiva na noite de ontem, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que 36 candidatos foram eliminados do Enem neste ano por postar fotos das provas nas redes sociais. Segundo o ministro, foram monitoradas cerca de dois milhões de frases postadas no Twitter que mencionavam o Enem.
Leilane Benetta |
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Alessandra: “tudo que eu li caiu”. |
Dificuldades
Em Curitiba, os candidatos acharam que o segundo dia de prova foi mais puxado do que o primeiro. No sábado foram aplicadas provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e ontem, de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias.
“Estava bem difícil”, comentou o empresário Alexandro Marques da Silva, 35 anos, ao deixar a sala de prova na Pontifícia Universidade Católica (PUCPR). Para ele, a prova mais complicada foi a de português. Alexandro achou a redação – que este ano teve como tema “Efeitos da Implantação da Lei Seca no Brasil” – fácil. “Como sou motorista, ouço falar disso sempre”. O empresário pretende concluir o ensino médio e garante que vai persistir. “Se não der certo agora, no ano que vem eu volto”.
Alessandra da Silva, 39, acordou cedinho no sábado e no domingo para revisar o conteúdo da prova. Segundo ela, deu resultado. “Tudo que eu li caiu”, contou. Ela pretende cursar pedagogia e, apesar de não ter achado as provas fáceis – principalmente a de matemática -, está confiante de que vai passar.
Matemática sempre “pega”
Já Alexandre Alves da Silveira, 20, considerou as questões de química as mais difíceis do primeiro dia e as de matemática do segundo. Ele está no sétimo ano do ensino fundamental e ainda não sabe qual profissão vai seguir. “Não estudei muito, mas para quem estudou estava fácil. A redação não foi tão difícil”, disse Alisson Junior de Souza, 19. Ele pretender cursar educação física.
Ano passado Alexander Pereira de Souza, 18, pagou a inscrição do Enem, mas esqueceu de fazer a prova. Este ano, achou que as questões estavam um pouco chatas, por causa das “pegadinhas”. Ele está buscando uma vaga em engenharia da computação ou da informática e acredita que vai passar. Ana Cláudia Salinas, 20, pretende cursar história e quer conseguir uma vaga no ProUni ou bolsa em universidade. “Estava mais difícil hoje (ontem), por causa da matemática”, avaliou.