Hoje é o Dia dos Bancários, mas a categoria não tem muito o que comemorar. Pelo contrário: eles fazem hoje uma manifestação em Curitiba pedindo reajuste salarial de 13,39% e melhorias nas condições de trabalho. De acordo com o secretário de políticas sociais e sindicais, César Dias Júnior, do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e Região Metropolitana, desde 1995, a categoria já perdeu 40% do seu poder de compra.
São vários os problemas que vão pontuar o manifesto. Entre eles a alta lucratividade das instituições bancárias em desacordo com o baixo retorno para os funcionários e sociedade. Dias lembra que o Itaú teve um lucro de R$ 1,3 bilhão no primeiro semestre deste ano, o Bradesco R$ 962 milhões e o Unibanco R$ 473 milhões. Ele denuncia ainda que de acordo com o Dieese, em 1994 os bancos lucraram durante todo o ano R$ 1,4 bilhão. Mas já no primeiro trimestre deste ano o valor foi superado. “Eles só arrecadam aqui e investem lá fora. Cadê as linhas de créditos para pequenos empresários?”, questiona.
A deficiência no atendimento também entra na pauta, já que às vezes os clientes chegam a esperar nas filas até 30 minutos. Sem falar na baixa lucratividade da caderneta de poupança, que está em descompasso com os juros cobrados pelos bancos. E, ainda de quebra, as pessoas acabam trabalhando para os bancos quando usam o auto-atendimento.
Há 10 anos a categoria era de um milhão de pessoas, hoje são apenas 400 mil. “Em 60% das agências do HSBC na cidade há apenas um caixa”, exemplifica Dias.
O perfil da categoria também está mudando. Os bancários viraram vendedores dos serviços oferecidos pelas instituições e quem não cumpre sua cota mensal sofre com o assédio moral. “Isso acontece em todos os bancos, em alguns em maior ou menor grau”, afirma. Os manifestantes vão se reunir às 18h na Rua Monsenhor Celso e seguem até a Boca Maldita.