Em São José, hora de contabilizar prejuízos

Moradores de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), começaram a semana contabilizando os prejuízos gerados pela chuva que atingiu o município na noite de sexta-feira e na madrugada de sábado, causando alagamentos. Ontem pela manhã, muitas pessoas limpavam suas casas e tentavam salvar móveis, roupas, eletrodomésticos e colchões. O prefeito Leopoldo Costa Meyer manteve a situação de emergência no município para que as pessoas atingidas recebam atendimento.

No final da manhã, Meyer realizou uma reunião com o secretariado para avaliar se o município irá pedir auxílio financeiro ao governo do Estado. Até o fechamento desta edição, porém, a informação do pedido não foi confirmada pela assessoria de imprensa da Prefeitura.

Limpeza das calçadas e ruas.

A administração municipal continuou ontem o trabalho de limpeza em ruas e bueiros da cidade. O Rio Ressaca, que corta a cidade, avançou 60 metros além das suas margens, com a forte chuva. A Prefeitura ainda está fazendo um levantamento para saber de quanto foi o prejuízo total. O valor que será usado para ajudar as famílias também está sendo calculado.

Dramas

Na Rua Maringá, no bairro Vila Palmira, a aposentada Ivanir Terezinha Ribeiro da Silva se dizia cansada. Dentro de sua residência, ainda era possível ver gavetas tomadas de barro e colchões molhados. ?Não durmo direito e não paro de trabalhar desde sexta-feira e, mesmo assim, ainda não consegui fazer nem metade do que tenho que fazer em minha casa?, comentou.

A nora de Ivanir, Bernadete Oliveira, também reclamava. Ela perdeu fotos de família e documentos. Em seu quarto, as gavetas molhadas não encaixavam mais na cômoda e no guarda-roupa. Na sala de estar, a parede de madeira entortou e a porta de entrada não podia ser aberta. ?Na cozinha minha geladeira foi tomada pela água e pelo barro?, afirmou.

Lama ainda era encontrada.

No bairro Jardim Santos Dumont I os estragos também foram grandes. Na Rua Tenente Luiz de Oliveira Quadros, a dona-de-casa Maria Inês Palma dava por completamente perdidos móveis e eletrodomésticos recém-comprados. Porém, uma de suas principais preocupações era com o carro da família, um veículo Uno que foi tomado pela água. ?Liguei o carro a muito custo e logo que dei a partida no motor começou a vazar óleo. Por dentro, o veículo está com o estofamento cheio de lama?, disse. Em dezessete bairros, cerca de 2,5 mil famílias foram atingidas, totalizando aproximadamente 10 mil pessoas. Somente na madrugada de sábado choveu 25% da média do mês de janeiro.

Doações

A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de São José dos Pinhais orienta que os interessados em colaborar no processo de recuperação dos estragos podem obter informações de como ajudar no telefone (41) 3282-4346 ou, para quem mora em São José dos Pinhais, o contato pode ser realizado pelo telefone 153.

Problemas registrados em 16 municípios

Diogo Dreyer

Rua danificada em Apucarana.

Em todo Paraná, foram verificados danos decorrentes do temporal que caiu no último final de semana, em 16 municípios. Além de São José dos Pinhais, Arapongas, Curitiba, Rebouças, Maringá, Ponta Grossa, Assaí, Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Foz do Iguaçu, Lunardelli, Ivaiporã, Manoel Ribas, Jardim Alegre, Apucarana e Santa Helena também registraram estragos.

Quase 12 mil pessoas foram afetadas pela chuva intensa e ventos fortes, desalojando cerca de mil pessoas. A chuva destruiu sete edificações, pelo menos 25 árvores caíram e, em Lunardelli, próximo a Ivaiporã, ao menos três pontes foram danificadas.

Em Apucarana, no norte do Estado, a chuva deixou mais de R$ 200 mil em prejuízos. A avaliação inicial foi divulgada ontem pela Secretaria Municipal de Infra-estrutura Urbana. Segundo o secretário Herivelto Moreno, os principais estragos foram a inundação de uma escola municipal, a queda do muro no Estádio Municipal Bom Jesus da Lapa, onde joga o Roma, time da cidade, e rompimento de asfalto e galerias pluviais em diversos pontos da cidade.

?Mais uma vez, depois da catástrofe de 2005 que marcou na história com prejuízos na ordem de R$ 4 milhões, Apucarana sofre com um acidente da natureza. Desta vez, porém, apesar dos problemas, com menor intensidade, onde o maior ganho foi o fato de vidas humanas não terem sido ceifadas, como naquela ocasião. O que ficam, contudo, são danos materiais, que com o tempo e ajuda de Deus tudo é recuperado?, disse o prefeito da cidade, Valter Pegorer, ontem pela manhã.

O administrador municipal destacou ainda o fator surpresa do ocorrido. ?Infelizmente foi tudo de repente, sem previsão. Num acidente da natureza, não há culpados?, considerou.

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