Em um pronto socorro com trinta leitos, 120 pacientes disputam uma vaga, em uma proporção de quatro para um. A disputa acirrada tem sido uma constante no Hospital Universitário de Maringá (HU). Alarmada com o problema da lotação, a cúpula do hospital se reuniu ontem pela manhã com representantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que administra o hospital, do Ministério Público, da Secretaria Estadual de Saúde e da Regional da Saúde.

continua após a publicidade

"A situação é grave. Recebemos um fluxo de pacientes muito maior que suportamos e muitos necessitando de especialidades que não atendemos", diz o vice-reitor da UEM, André Priori, referindo-se a pacientes de ortopedia, cardiologia e oncologia. O Ministério da Saúde só credenciou o HU para atendimento de alta complexidade de gestação de risco, neonatal e atendimentos clínicos e cirúrgicos de emergência.

Segundo ele, muitos pacientes são encaminhados para o HU para aguardar vagas em outros hospitais. Muitas vezes, vagas que aparecem como existentes na Central de Vagas, não são disponibilizadas para os pacientes. "Estamos recebendo pacientes que deveriam estar em outros hospitais."

Além do fluxo excedente dos hospitais da região, como a Santa Casa, Santa Rita e Hospital do Câncer, o HU ainda recebe pacientes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), sem contar a procura espontânea. "Acaba que o atendimento fica precário", diz Priori.

Reunião

continua após a publicidade

Exposto o problema, a promotora Elza Kimie Sangale, da Promotoria Especial de Defesa do Consumidor, Garantias Constitucionais, Saúde Pública e Saúde do Trabalhador, assegurou que convocará uma reunião com presença dos gestores e os hospitais privados que atendem ao SUS (Sistema Único de Saúde).