Famílias do balneário Gaivotas
aprendem a pescar o próprio peixe.

A comunidade carente do balneário Gaivotas, em Matinhos, está podendo comer peixe de graça, desde o último mês de outubro. Isso só está sendo possível graças ao Projeto Rede Comunitária, implantado por Jair de Borba Rosa, o Jair Pescador. Ele mora na região há vinte anos, sendo inclusive ex-presidente da associação de moradores local.

Com seus próprios recursos, Jair comprou uma rede de 450 metros de comprimento por cinco metros de altura. O custo aproximado foi de R$ 2,8 mil. Então foram cadastradas sessenta famílias do balneário, que pagaram cinco prestações de R$ 10 para repor o dinheiro da compra da rede. As famílias foram divididas em dois grupos de trinta, e a cada semana um deles é responsável pela pesca. ?Com a minha embarcação jogo a rede no mar, aí as famílias se dividem em dois grupos e puxam os cabos. Tudo que for pescado é deles?, explicou o pescador.

Geralmente, cada família fica com mais de dez quilos de peixe. ?Nossas pescarias rendem em média entre duzentos e quatrocentos quilos de peixe?, contou Jair, explicando que a primeira vez que viu um projeto como esse foi em Bombinhas, Santa Catarina. ?Então resolvi trazer para cá?, completou.

Geladeira cheia

Quem vai à casa do pedreiro Vinícius André, 54 anos, pode constatar que em sua geladeira sempre tem peixe. Morando sozinho no balneário Gaivotas, ele é um dos cadastrados no Projeto Rede Comunitária. ?Vim para cá há cinco meses, fui convidado para uma reunião e agora estou participando do projeto?, contou. Ele disse que sempre gostou muito de pesca, tendo inclusive experiência em pesca em alto- mar. Segundo André, os peixes que mais caem na rede são o espada e as corvinas. ?Sempre tenho peixe para comer. Os peixes são tantos que eu divido com alguns vizinhos que não estão no projeto da rede?, contou.

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