Um grupo de cidadãos comuns se reuniu ontem na Praça Santos Andrade, em Curitiba, para pedir por paz e pelo fim da impunidade. Munidos de faixas com mensagens em prol da não- violência, eles tinham como objetivo conscientizar as pessoas para que lutem por seus direitos.
?Temos que brigar pela educação, pela maior geração de empregos, pela redução dos impostos e pelo fim da impunidade. Só assim a violência vai diminuir e o Brasil vai ser um país melhor para se viver?, disse a fisioterapeuta Cláudia Antunes Guimarães, que foi uma das organizadoras do movimento.
Há pouco tempo, Cláudia socorreu um vizinho que havia sido baleado após um assalto. O homem acabou morrendo em seus braços e, naquele momento, ela chegou à conclusão de que não dava mais para ficar sem fazer nada para mudar a situação em que se encontram as cidades brasileiras. ?Morei na Inglaterra e, recentemente, alguns amigos de lá questionaram porque nós brasileiros, cidadãos comuns, não fazemos nada para combater a violência. Então, concluí que temos que nos manifestar e mostrar nossa insatisfação.?
A pensionista Giuliana de Rossi também participou do movimento. Ela conta que fica apavorada cada vez que assiste à televisão e toma consciência de crimes bárbaros ocorridos, como o que há poucas semanas vitimou o menino João Hélio, no Rio de Janeiro. ?Temo principalmente pelos meus filhos e netos. É horrível o que está acontecendo no Brasil. A violência não pára e estamos cada vez mais amedrontados. Não existem mais valores morais e as famílias estão desestruturadas?, comentou.
Já o administrador de empresas Márcio Trevizan, que é pai de duas crianças, de 2 e 7 anos de idade, conta que se sente constantemente ameaçado. ?Ainda não cheguei ao ponto de deixar de sair de casa. Porém, mantenho cerca elétrica e alarme em minha residência, e procuro não sair com meus filhos no período da noite. Alguma coisa tem que ser feita para que este medo constante que sentimos acabe?, declarou.