O Dia da Consciência Negra e da Igualdade Racial, comemorado hoje em todo o Brasil, em Curitiba será mais uma vez marcado pelo debate sobre se a data deve ou não ser celebrada com um feriado municipal. Por enquanto, o dia 20 de novembro continua sendo um dia de trabalho normal na capital paranaense, apesar de o feriado já ter sido aprovado pela Câmara Municipal. Uma liminar obtida pela Associação Comercial do Paraná (ACP) e pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR) no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) suspendeu a folga.
O Dia da Consciência Negra lembra a morte de Zumbi dos Palmares – líder quilombola assassinado pelo governo colonial português em 1695 e que virou símbolo da luta pela liberdade. Dos 5.570 municípios do país, 1.047 adotaram a data como feriado, o que corresponde a 18,8%, segundo a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Em Curitiba, a lei que instituiu o feriado foi aprovada pela Câmara no ano passado. Mas a ACP e o Sinduscon-PR foram à Justiça contra a medida. As entidades alegam que o feriado gera prejuízo econômico. Para representantes do Conselho Municipal de Política Étnico-Racial (Comper), que estiveram ontem na Câmara, a iniciativa revela o racismo ainda presente na sociedade curitibana.
Em novembro de 2013, a Câmara pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a derrubada da decisão, mas o pedido foi negado pelo ministro Gilmar Mendes. O processo continua no Supremo.
Por enquanto, o feriado só está em vigor na própria Câmara, que declarou ponto facultativo.
Festa
A Festa do Rosário, no Largo da Ordem, será o principal evento do Dia da Consciência Negra em Curitiba. Começa às 9h e segue até as 22h, com barracas de comidas típicas da gastronomia africana, oficinas de tranças afro, dança e músicas típicas.