Chuva não afastou os curitibanos |
Os tribunais regionais eleitorais de todas as unidades da Federação funcionaram em regime de plantão ontem, das 7h às 18h, para atender os eleitores que precisavam regularizar a situação para poder votar no referendo do desarmamento, marcado para o próximo dia 23 de outubro. Ontem foi o último dia para que as pessoas pudessem tirar o título ou comunicar transferência de domicílio eleitoral. Também foi o prazo final para que portadores de deficiência pedissem para votar em sessões especiais. Quem precisar tirar a segunda via do título de eleitor poderá fazê-lo até 13 de outubro.
Na sede do TRE de Curitiba, a fila era longa logo no início da manhã e muita gente teve que esperar. Um total de trinta guichês estavam abertos para atendimento. A maioria dos funcionários foi escalada para trabalhar no plantão. "Infelizmente o brasileiro deixa para fazer as coisas na última hora", comentou a chefe da Central de Atendimento do TRE-PR, Alessandra Luiz.
De segunda-feira até sexta-feira, cerca de 7 mil pessoas procuraram regularizar a situação, sendo 1.780 só na sexta. Ontem, eram esperados cerca de 2 mil eleitores. A espera na fila variava de uma até quatro horas, dependendo do horário escolhido para fazer a regularização.
No dia 23 de outubro, o voto será obrigatório para maiores de 18 anos e facultativo para quem tem entre 16 e 18. Pessoas com mais de 70 anos e analfabetos também poderão participar do referendo. Quem estiver fora do País terá trinta dias após a data do retorno para justificar o voto. Já quem estiver no Brasil, mas fora de seu domicílio eleitoral, terá sessenta dias para providenciar a justificativa.
Em todo o Brasil, duas frentes parlamentares irão promover campanhas de TV e rádio, discussões, estudos e pesquisas sobre a proibição ou não da comercialização de armas. Serão a frente "Pelo Direito da Legítima Defesa", comandada pelo deputado do PFL-DF, Alberto Fraga, e a "Por um Brasil sem Armas", do presidente do Senado Renan Calheiros, pelo PMDB-AL.
Eleitores
Apesar da fila e do mau tempo, os eleitores que compareceram ao TRE em Curitiba mostravam otimismo. Era o caso da empregada doméstica Evelyn da Silva, que levantou às 5h para regularizar sua situação e chegou ao TRE às 7h. Vinda de Belém do Pará, ela poderia justificar o voto, mas faz questão de realizar a transferência de domicílio para poder participar do referendo. "É o maior passo que o Brasil está dando. Sou a favor da paz e faço questão de votar".
O encarregado de logística Valdemar Paulo Filho também tinha que transferir o título de São Paulo para Curitiba. Ele chegou ao TRE às 9h. "Acho muito importante o governo estar consultando a população sobre a venda de armas. Nós temos o direito de votar e decidir o que é melhor ao País".