Educadores municipais ameaçam greve

Os educadores que atuam na rede municipal de Curitiba prometem entrar em greve caso não seja revista a isonomia salarial da categoria. Ontem, os vereadores aprovaram, em regime de urgência, um projeto encaminhado pela Prefeitura que cria um plano único, definindo a atuação do profissional, seja nas creches ou na Fundação de Ação Social. Com isso, o salário da categoria irá sofrer reajustes. No entanto, os trabalhadores não concordam com a proposta e pedem um piso salarial.

A votação aconteceu sob protesto dos educadores. Eles acompanharam a sessão das galerias. Depois permaneceram nas escadarias da Câmara dos Vereadores. Os trabalhadores chegaram a queimar um boneco de pano, que segundo eles, simbolizava a administração do prefeito Beto Richa. De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismuc), Irene Rodrigues dos Santos, tanto para o cargo de educador quanto para professor, são exigidos o ensino médio e magistério. No entanto, os professores recebem, em média, R$ 529 por 20 horas de trabalho. Já os educadores ganham, por 40 horas de trabalho, R$ 680.

Além disso, eles reclamam que quando conseguem subir de nível na carreira os professores recebem 15% de aumento, enquanto os educadores 8,63%. ?Diante dessas diferenças, nós queremos um piso salarial de R$ 1.194,48 para os educadores. Isso significa a isonomia entre as categorias?, disse a sindicalista. A proposta aprovada pelos vereadores, porém, não contempla o piso reivindicado pelos educadores.

A secretária de Educação do município, Eleonora Fruet, comentou que o salário dos educadores vai passar dos atuais R$ 698,90 para R$ 718,46, o que representa um crescimento de nível de 2,8%. Também irão receber uma gratificação de 20%, que irá alterar o salário inicial para R$ 862,16. Outro ganho para a categoria, disse a secretária, será em outra gratificação, que varia de 10% até 30%, para aqueles que moram distantes do local de trabalho. Com isso, a remuneração pode chegar a até R$ 1.077,69. Eleonora Fruet disse que o pedido de votação em urgência é porque a secretaria abrirá concurso no início do ano para a contração de cerca de 400 educadores. ?Não adiantava fazer o concurso no regime antigo. Por isso pedimos a urgência?, justificou. Sobre a isonomia reivindicada pelos educadores, a secretária não descartou o assunto. ?Acho que tudo é um processo e a discussão pode avançar?, finalizou.

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