Professores e funcionários de escolas estaduais do Paraná debatem hoje, a partir das 8h30, no auditório do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, o plano de cargos, carreira e vencimentos. As propostas que resultarem do seminário estadual serão apresentadas à Secretaria da Educação (Seed). Uma comissão composta pela Seed e Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) negocia um novo plano de carreira para a categoria.
Na ocasião também será destacado o 15.º aniversário do 30 de agosto, data em que uma manifestação de professores foi desmantelada a bombas e cassetetes pela polícia do governo Alvaro Dias. Em seguida serão organizados grupos para debater as propostas que a categoria defende para o plano de carreiras.
Negociações
Também estarão na pauta as negociações entre a APP-Sindicato e o governo, na comissão que debate o tema. O encontro terá a participação do professor Milton Canuto, diretor da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).
Para a APP-Sindicato, a valorização profissional do trabalhador em Educação passa necessariamente pela aprovação de um plano de carreira, que traga dignidade merecida aos professores e funcionários da escola paranaense.
Retrospecto
Em 1998, o governo Lerner tentou aprovar o Pladepe (Plano de Desenvolvimento de Pessoal). O projeto com o viés neoliberal causaria prejuizos aos professores, aumentando a duração da aula, reduzindo as férias, fim das licenças e gratificações, sem dizer que todos seriam enquadrados na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Acabaria a carreira dos estatutários e mataria a esperança dos celetistas terem carreira, por isso a categoria o rejeitou.
Em resposta ao plano, a APP-Sindicato reuniu os educadores e, em um grande seminário estadual nos dias 5 e 6 de junho de 1998, elaborou o PCCV. Ele contempla num quadro único todos os trabalhadores em Educação, professores e funcionários, pois se entende que todos são educadores.
Mobilização
A proposta do PCCV foi protocolada na Assembléia Legislativa no dia 17 de junho de 1998, numa grande aula de cidadania. Com muito debate e mobilização a categoria conseguiu derrotar o Pladepe.
Em 2001, o governo apresentou o projeto 411/01, que congelava o quadro de carreira e a extinção do regime estatutário. Os educadores ocuparam a Assembléia Legislativa e o projeto foi derrotado.
Proposta
Em 2002, ano eleitoral, os educadores realizaram conferências regionais e estadual para debater propostas para a educação no novo governo. Dentre as propostas que foram entregues aos candidatos a governador, estava o PCCV.
Em 17 de junho de 2003, dia estadual de paralisação, ano do quinto aniversário de entrega do plano na Assembléia Legislativa, após passeata, a categoria conseguiu do governo do Estado o compromisso de negociar a implantação do plano. Uma comissão, criada pelo governador Roberto Requião com a participação da APP-Sindicato, procura definir uma proposta em conjunto para o PCCV..