Educação é tudo na vida destes profissionais

  Foto: Anderson Tozato/O Estado

 Professora Mônica: "Ainda vale a pena educar nesse País".

Ser professor não é uma carreira fácil em nenhum lugar do mundo, mas no Brasil ela ganha alguns desafios a mais. Luta-se contra os baixos salários, a falta de capacitação, de material didático e, principalmente, a falta de participação dos pais e reconhecimento da sociedade. Tudo isso atrapalha o processo de ensino e aprendizagem, no entanto, muitas vezes, o professor paga sozinho pelos números vergonhosos mostrados em pesquisas sobre a educação. Mesmo assim, o profissional da educação não desiste e acha que ainda há motivos para comemorar neste 15 de outubro.

Em seus catorze anos de magistério, a professora Mônica Jacobs Korte já enfrentou várias dificuldades. Viu os pais deixarem para a escola a responsabilidade de ensinar as normas mais básicas de educação. Como esse novo modelo não funcionou, os professores se depararam com o aumento da indisciplina. "A escola deveria apenas reforçar o que se aprende em casa", afirma. Outra dificuldade apontada por ela é a falta de acompanhamento escolar. "Os pais dos alunos que apresentam dificuldades nem aparecem nas reuniões", diz.

Mesmo assim, entre tantos outros problemas, a professora ainda acha que vale a pena educar nesse País. "Os pequenos gestos dos alunos valem muito", exemplifica.

A APP-Sindicato também divulgou um artigo ontem, enumerando dados positivos sobre a educação. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a cada ano de escolaridade, o brasileiro agrega 16% à sua renda familiar. Além disso, ela contribui no aprimoramento das relações humanas e sociais, diminuindo a violência. Entre os dados negativos sobre a educação, a APP-Sindicato citou a falta de investimentos.

Voluntários

Mas a responsabilidade de ensinar não fica só a cargo dos professores de sala de aula e a homenagem também se estende ao cidadão comum, que resolveu deixar de lado o tempo de lazer e nos fins de semana ensina xadrez, informática, entre outros.

Suzana Alves da Silva, 37 anos, é um exemplo. Há dois anos, ela desenvolve uma oficina de xadrez nas tardes de domingo, em Curitiba, na Escola Municipal Professora Jurandir Mokel, no Pinheirinho. Conta que aprendeu a jogar para ajudar o filho e, aos poucos, percebeu que poderia ensinar outras crianças. Hoje 20 alunos freqüentam a oficina. Uma vez por mês participam de campeonatos envolvendo várias escolas, inclusive particulares. Eles já ganharam seis medalhas. "O jogo ajuda a desenvolver a concentração e melhora o raciocínio. Alguns professores contam que já perceberam a mudança em sala", explica.

Cleverson Werhäuser, 29 anos, é outro professor voluntário, e dá aulas de informática. Nas manhãs de sábado e de domingo, o compromisso é com a comunidade. "Parece demagogia, mas me sinto realizado com o fato de ajudar os outros", comenta. A idéia de ensinar surgiu porque ele teve muita dificuldade para estudar informática quando era mais jovem. Só teve acesso aos computadores aos 20 anos e sabe dos problemas que a população enfrenta. 

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