Aposta

Educação é o caminho para um trânsito melhor

“O que mais buscamos hoje é o respeito ao código”, diz a secretária de Trânsito de Curitiba, Luiza Simonelli. Ela considera pedestres e ciclistas como destaques do CTB. “Uma das conquistas é que o pedestre está visível e, ao lado dele, se consagram outros modais. O charme da última década é a bicicleta”. A Setran aposta em campanhas educativas, como a Vó Gertrudes, para mostrar os direitos no trânsito. “Criamos também a Escola Pública de Trânsito, com a proposta de alfabetizar para entender o que dizem os sinais de trânsito”.

Segundo ela, os frequentes engarrafamentos na Linha Verde refletem a falta de conscientização. “Um guincheiro nos contou que a empresa o orienta a não se preocupar porque paga as multas e passa os pontos na carteira para outro. Caminhões tomam 80% da via. Se há restrição de horário e tamanho da carga, você não pode ir por aí. Sem um processo educativo, as pessoas não vão entender que se passarem ali nos horários de proibição causam transtornos”.

A secretária defende correção dos valores das multas. “O Código sanciona tanto no bolso quanto na carteira de habilitação e a questão pecuniária tem que ser revista com certa urgência. A cultura da lei seca, em que o valor até triplicou, foi muito interessante porque o cidadão sabe que vai ter que tirar dinheiro do bolso”. Só que, no entender de Luiza, ninguém quer enfrentar a impopularidade de mexer no bolso das pessoas. “Mas o custo de um motociclista que se acidenta, durante 30 dias num leito de UTI, é mais que uma casa popular”. Vítimas de acidentes ocupam 40% dos leitos dos hospitais públicos da capital. “Tem pai que dá carro para o filho que passou no vestibular, mas muitas vezes é uma arma”, alerta.

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