A palestra da secretária municipal de Educação, Eleonora Fruet, marcou o final da audiência pública Dia Internacional da Não/ Violência contra as Mulheres, promovida pela Comissão Permanente de Segurança Pública e Defesa da Cidadania da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná (OAB-PR), na Câmara Municipal de Curitiba.
Durante toda a semana, especialistas ministraram palestras e promoveram um amplo debate sobre assuntos relacionados à violência contra a mulher e as ações para combatê-la. Eleonora destacou a importância da educação na formação pessoal como instrumento fundamental nas futuras atitudes das pessoas. "Nós estamos tentando empregar nas escolas e na comunidade que as cercam a cultura da paz. Acreditamos na força da educação para combater a violência", diz a secretária.
Ela diz que a Prefeitura pode não ser a responsável direta pela segurança pública, mas que tem armas poderosas para ajudar a combater a violência. "Ações simples, sem muito custo, têm grandes resultados. O Comunidade Escola, por exemplo, através da promoção do convívio entre alunos, professores e famílias nos finais de semana, tem reduzido os números de violência nos arredores das escolas".
A inserção familiar, aproximando-se da educação é outro fator destacado por Eleonora, que também aposta na capacitação dos professores e famílias para que saibam melhor lidar com as questões de gênero. "Há muito preconceito contra as mulheres e eles são responsáveis diretos da violência. Muitas vezes, são os próprios professores e pais que o dissemina".
A preocupação com a participação coletiva na questão, não deixando a solução do problema apenas nas mãos do poder público, ganhou o coro da presidente de uma associação de mulheres de Piraquara. Maria Elza Simão contou que, impulsionadas pela indiferença das autoridades, que afirmaram não ter dinheiro para construir a primeira Delegacia da Mulher na cidade, elas arregaçaram as mangas. "Corremos atrás do apoio de empresários, fizemos um canteiro de obras e ajudamos a levantar a delegacia, que atende mulheres da região", diz.
Agenda
A partir de agora, com o relatório das atividades desenvolvido durante a semana que serviu para aproximar o poder público das comunidades, será realizada uma segunda etapa do projeto. "Vamos colher dados com delegacias especializadas na mulher, Instituto Médico Legal (IML) e juizados para mensurar o problema e definir as ações. No dia 9 de março, Dia Internacional da Mulher, vamos apresentar o resultado final do estudo", diz a presidente da Comissão de Estabelecimentos Prisionais da OAB-PR, Lúcia Maria Beloni.