Foto: Chuniti Kawamura |
Rodrigo da Rocha Loures: educação deve ser o centro da discussão. |
Porto Alegre – Em ano eleitoral, a proposta é que a educação ocupe o centro dos debates na agenda dos candidatos. Pelo menos, essa foi a idéia sugerida ontem pelo presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, durante a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades, que acontece até hoje em Porto Alegre (RS). Ontem, os rumos da educação básica foram debatidos na oficina ?Um movimento das cidades pela educação básica?.
Loures defendeu que a educação deve ser entendida como um bem público e não como um programa de governo que desaparece a cada novo ciclo administrativo. ?Da mesma forma, os cidadãos devem ser atuantes para a melhoria da educação e não apenas transferir essa função ao governo e ao aparato escolar?, afirmou.
Muito do descaso com a qualidade do ensino básico também acontece pela falta de cobrança da sociedade. A opinião é do economista e mestre em Educação Claudio Moura Castro, também presente no evento. ?O povo quer vaga e tem vaga; não insiste em qualidade e não a tem. A cotação da qualidade é baixa no mercado da política?, argumentou.
De acordo com o último Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), metade dos alunos brasileiros da quarta série são analfabetos funcionais. Para reverter esse quadro, as autoridades municipais precisam ser pressionadas, segundo Castro. ?No ensino fundamental, pouco se decide em Brasília. A solução está nos municípios?, disse.
Uma alternativa estaria na criação da ?Lei de Responsabilidade Educacional?, a exemplo da existente Lei de Responsabilidade Fiscal, para o presidente do movimento ?Todos pela Educação?, Mozart Ramos.
Apucarana
Como exemplo de que investimento em educação traz resultados, o prefeito de Apucarana, Valter Pegorer (PMDB), apresentou dados do município. ?Nos últimos oito anos, demos um salto muito grande de desenvolvimento por termos colocado a educação no centro das políticas públicas?, acredita. Das 37 escolas municipais, todas funcionam em tempo integral desde 2001. ?Nosso índice de evasão escolar é de apenas 0,4 e, na Prova Brasil, todas as nossas escolas ficaram com nota acima da média nacional?, apontou.
O índice de reprovação ainda é um problema de Apucarana, segundo o prefeito, e por isso a nota alcançada no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi de apenas 4,6. ?A partir daí, as escolas desenvolveram um projeto para o Ideb e ainda neste ano esperamos atingir a nota de 6,6, meta que o Ministério da Educação estabelece para o ano de 2021?, disse.
No fim do debate, foi proposta uma oficina para, com base em informações da platéia, criar estratégias de atuação da sociedade civil para melhorar a educação básica. Os dados serão sistematizados e divulgados posteriormente.