Houve confusão e demora ontem na segunda etapa do concurso para professores da rede estadual de ensino. O problema ocorreu porque pelo edital, elaborado pela Universidade de Brasília, os cerca de 9 mil professores de Curitiba, do Norte, Sul e da Região Metropolitana teriam apenas dois dias para entregar seus documentos no Colégio Estadual do Paraná (CEP). Diante do quadro, a Secretaria Estadual de Educação resolveu prorrogar o prazo até sexta-feira.

O pátio do CEP ficou tomado por professores. Enquanto alguns esperavam na fila sem saber ainda se iam ser atendidos ou conseguir uma senha, outros tomavam os bancos e jardins para esperar o tempo passar.

A professora de história Marinalva Bandeira veio de Adrianópolis para cumprir a segunda etapa. Saiu de casa às 5h da manhã e chegou ao colégio às 10h30. Só ao meio dia os organizadores começaram a distribuir senha. Ela pegou o n.º 270 e diz que às 14h30 eles estavam atendendo ainda o número n.º 30 da sua disciplina. Não tinha certeza se iria embora com tarefa cumprida. Terezinha de Fátima Gonçalves, professora de Geografia, chegou às 2h da tarde tinha a mesma dúvida. Ela tinha a senha 1.024. “Eles deveriam avisar se a gente vai ou não conseguir ser atendida hoje. A gente fica perdendo tempo aqui”, diz.

Para aproveitar o tempo de espera, a professora de Educação Artística Edna Honorato Gonçalves fazia um trabalho de faculdade. Já havia lido várias páginas de um livro. “Não vale a pena este sacrifício. Mas o desemprego está muito grande”, justifica.

Prorrogação

Segundo a chefe regional do Núcleo de Educação, Sheila Toledo, os dois dias eram pouco para atender tanta gente. Mas quem elaborou o edital e realizou a primeira etapa do concurso foi a Universidade de Brasília e a Seed estava apenas cumprindo o Edital. O diretor geral da Secretaria Estadula de Educação explica ainda que o contribuiu para e demora foi a quantidade de certificados apresentados pelo professores. Como a Secretaria não exigiu que eles fossem autenticados para evitar mais gastos, precisavam ser conferidos um por uma pelos técnicos. No começo das atividades, 80 examinadores estavam trabalhando e à tarde o número subiu para 130.

Outro problema que gerou confusão é que alguns candidatos não leram o edital de modo detalhado e não levaram todos os documentos necessários, como a carteira de trabalho.

Até às 19h de ontem não havia previsão para o encerramento das atividades. Alguns candidatos receberam senha para hoje.

Para o professor da APP-Sindicato, José Lemos, o problema poderia ter sido evitado, já que o número de professores era conhecido com antecedência. Segundo ele o incidente só foi registrado em Curitiba.

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