A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) inaugurou ontem, em Curitiba, um sistema mecanizado para fazer a triagem do seu tráfego postal. O novo modelo vai proporcionar maior agilidade e rapidez no processo de entrega das 46 milhões de cartas e materiais impressos que passam pela capital todo mês. Também vai absorver a variação do volume de serviços que chega a aumentar até 25% no fim do ano. Nos novos equipamentos foram investidos US$ 14 milhões.
Separar os materiais de acordo com o destino e o veículo que vai fazer o transporte (caminhão, ônibus ou avião entre outros) é um serviço que demanda tempo devido à grande quantidade de material. Em todo o País passam por esse processo, todos os dias, 30 milhões de objetos. Com a ajuda das máquinas, os carteiros de algumas cidades do interior do Estado já vão receber as cartas separadas. Eles levam em média até 30% de sua jornada, que é de oito horas, para realizar esse serviço.
Em Curitiba, no setor de triagem manual trabalhavam 200 funcionários. Agora eles vão operar as máquinas, enquanto outros vão ser remanejados para diversas atividades. O presidente da ECT, Humberto Mota, explica que a automação não vai gerar desemprego. Explica que ela já ocorreu em várias cidades do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Mesmo assim, no último ano, a empresa elevou seu quadro de funcionários de 82 mil para 98 mil. “Empregamos mais de 10 mil pessoas”, diz o presidente. Ele garante ainda que não haverá aumento nas tarifas.
O processo
Cinco máquinas vão fazer o trabalho de triagem: duas pré-separadoras e três separadoras finais. Todo o sistema tem capacidade para separar 90 mil objetos por hora, para 600 direções diferentes. As máquinas pré-separadoras recebem os materiais que não possuem endereço eletrônico. Elas lêem o CEP e o imprimem na forma de código de barras. Depois, o material vai para a separadora final. As correspondências que já vêm com o endereço impresso na forma de código nem passam pela primeira máquina.
Existe ainda um sistema de triagem para objetos que fogem do padrão convencional, como jornais, revistas e envelopes de diferentes tamanhos. Ele tem capacidade para processar até 15 mil objetos em uma hora, para 200 direções.
Hoje, a ECT detém 52% do mercado de postagem. Este ano os Correios investiram R$ 640 milhões em tecnologia em todo o País. Mota diz que o volume para 2003 será de R$ 800 milhões. Até lá, 80% do sistema postal brasileiro devem estar automatizados.