A adesão à greve dos trabalhadores
dos Correios está aumentando na
capital e no interior do Estado.

Vinte carteiros foram contratados ontem para trabalhar na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT),em Curitiba. Eles foram chamados para amenizar o problema causado pela paralisação da categoria. Os escolhidos faziam parte de uma lista de espera resultante do último concurso dos Correios. Os trabalhadores grevistas reuniram-se em assembléia em frente ao prédio central do Correios na capital, mas decidiram continuar em greve.

Conforme a assessora de comunicação dos Correios no Paraná, Maria Aparecida Delezuk, existe autorização da direção da ECT para que sejam contratados até 200 novos carteiros. “Eles serão incorporados aos quadros ao final da greve. Não vão acontecer demissões”, garantiu. Maria Aparecida disse que a adesão à greve no Estado subiu para 10%. Além de Curitiba e Foz do Iguaçu, apareceram focos de paralisação em Ponta Grossa e Maringá. “Mas ela reduziu um pouco em Foz”, contou, destacando que a empresa está focalizando seus esforços para não atrapalhar as entregas urgentes.

80%

Os número dos Correios e do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná não batem. Para os sindicalistas 80% da parte operacional do Estado está parada. “Além de Curitiba e Foz, agora também estão parados Paranaguá, Maringá, Cascavel e em Londrina estamos aguardando confirmação do resultado da assembléia”, contou o diretor do sindicato, César Augusto Frose. Ele destacou que as correspondências estão sendo postadas, mas não chegam a seus destinos. “Aqui na João Negrão não está sendo feita a triagem. Eles estavam fazendo improvisadamente parte dela no aeroporto, mas nós bloqueamos isso também”, contou. Frose apontou para a possibilidade de fechar as agências, inclusive as franquiadas, caso a negociação não evolua.

Nova proposta

Os trabalhadores de Curitiba recusaram duas propostas feitas pela direção da empresa, durante assembléia geral na tarde de ontem. Eles encaminharam contraproposta ao comando de greve, em Brasília, que negocia a situação representando os trabalhadores de todo Brasil. “Nossa contraproposta é de um aumento de 36%, com o vale alimentação passando de R$10,50 para R$13,00”, explicou Frose. Ele disse não temer demissões. “Toda guerra tem mortos e feridos”, exclamou.

Por uma da propostas rejeitadas, 77,5% dos trabalhadores paranaenses dos Correios receberiam um aumento de 14,66% e uma abono de R$1 mil, dividido em duas partes. Pela outra proposta, trabalhadores com salários entre R$400,00 e R$950,00 receberiam um aumento de 16,87% retroativo a agosto e mais 5,84% em janeiro.

Greve atrasa emissão de passaporte

A greve dos Correios está prejudicando a emissão de passaportes em Curitiba. Só pessoas que precisam viajar com emergência ao exterior estão conseguindo o documento. O estoque de passaportes na Polícia Federal está baixo e como precaução o delegado chefe da Delegacia de Imigração, Maurício Valeixo, decidiu atender só casos de extrema necessidade. A situação se repete em outros estados do País.

Segundo Valeixo, há um mês a Polícia Federal de Brasília deixou de repor o estoque com a regularidade normal. No Estado, em média, ficavam armazenados três mil exemplares e a reposição não acompanhou a saída. A situação acabou se agravando com a greve dos Correios. Nesta época do ano, são emitidos diariamente cerca de 120 documentos. Esta semana a PF do Paraná estava para receber um lote de 500 exemplares. “Será dado um jeito para que os documentos cheguem até aqui”, afirma Valeixo.

Segundo Valeixo, ontem à tarde muita gente foi embora sem obter o documento que é praticamente expedido na hora. Mas o delegado afirma que há previsão de que a situação se normalize em outubro, quando PF de Brasília deve distribuir pelo menos um milhão de passaportes para todo o País. Um problema na Casa da Moeda, que emite o documento, teria motivado a redução na distribuição. No entanto, a assessoria da PF em Brasília atribuiu o problema apenas à greve dos Correios. Se a paralisação continuar, pretendem tomar medidas para que os documentos cheguem aos estados. Ainda segundo a assessoria de imprensa, só está faltando passaporte em cidades onde é grande o número de emissões e que estavam com baixo estoque.

Em Foz do Iguaçu a emissão continua normal. Segundo a delegada chefe do Núcleo de Polícia de Imigração, Paula Ortega Sibulski, eles recebem o estoque para vários meses e o problema ainda não foi constatado. As outras cidades que também emitem o passaporte no Estado são Londrina, Paranaguá, Guaíra, Maringá e Guarapuava.(EW)

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