ECA muda rotina das crianças em hospitais

Acabou a choradeira. Até a década de 1980 era assim o cotidiano dos hospitais onde as crianças precisavam ficar internadas. As mães não podiam acompanhá-las durante o tratamento e no máximo faziam visitas. Mas hoje a realidade é bem diferente. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante o acompanhamento e os hospitais cada vez mais procuram meios de deixar juntos mãe e filho. O resultado acaba sendo a redução do tempo de permanência no hospital.

Segundo um estudo feito no Hospital Pequeno Príncipe, em 10 anos houve uma redução de 54% no tempo de internação. As crianças acompanhadas ficam em média 5 dias e as outras 12. Mas no hospital a situação não é comum. Em 2003, dos 12 mil internamentos pelo Sistema Único de Saúde, apenas 24 crianças estavam sozinhas.

A psicóloga Marianne Bonilha explica que, com um familiar por perto, a criança se sente mais segura e responde melhor ao tratamento. Os pequenos aceitam com mais facilidade a medicação e se alimentam melhor. "Existe uma interação entre o corpo e a mente", explica. Já quem não está acompanhado tem a tendência de ficar isolado e entristecido. "Mas, geralmente, são adotados pela equipe de enfermagem e pelas outras mães", fala Marianne.

Para dar suporte aos familiares, o Pequeno Príncipe criou o programa Família Participante. As mães recebem um treinamento para conhecer a rotina do hospital e saber como se portar. A assistência social é acionada para ajudar os familiares que encontram dificuldades em permanecer no local. Entre outras atividades, cobram dos municípios o cumprimento do ECA, no que diz respeito a assistência às crianças.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo