Pequenos casebres de madeira prestes a desmoronar. Crianças tendo que conviver com o mau cheiro, banheiros improvisados e com animais como ratazanas.
Na espera da próxima chuva, a maioria dos móveis já fica em lugares altos, porque os alagamentos são constantes e, quando a chuva vem, não há o que fazer. Essa é a realidade de 147 famílias que moram à beira do Rio Barigui, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).
“Muita gente aqui tem problemas de saúde por conta dessas moradias. Estamos há anos esperando a mudança para o Conjunto Aquarela, que fica próximo daqui, mas nada acontece. A última notícia que tivemos é de que a mudança seria no início deste mês e isso não ocorreu”, lamenta o morador Ademir Moretti, que já fez parte da associação de moradores e saiu porque não sabia mais que resposta dar aos vizinhos. “Sempre havia uma resposta diferente e era muito desencontro de informação sobre a nossa situação. Desisti”, conta.
Assim como ele, muitos habitantes da beira do rio não veem a hora de sair dali para um lugar melhor. “Mês que vem começam as chuvas e também as enchentes. E aí, como ficamos? Queremos ter uma moradia digna”, reivindica a moradora Denise Fernandes.
Mudança
A Cohab informou ontem que não houve mudança no projeto e que as 147 famílias cadastradas vão morar nas casas do Conjunto Aquarela. Segundo a Cohab, as casas estão prontas, em fase de acabamento.
Ainda nesta semana devem começar a drenagem e a pavimentação das casas e a entrega das primeiras 43 unidades está prevista para a segunda quinzena de março.
A escolha das primeiras famílias a serem beneficiadas será feita por meio de sorteio. A expectativa é de que em abril aproximadamente outras 50 casas sejam entregues e, as que faltarem, no mês de maio.
Vila das Torres
Ontem foi promovida a primeira reunião do ano do Observatório da Habitação, iniciativa do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que agrega entidades e representantes da comunidade da Vila das Torres para discutir e propor soluções para as dificuldades enfrentadas pela população local. No primeiro encontro, o assunto em pauta foi a mobilização para a 4.ª Festa da Paz, ainda sem data definida para acontecer.