Um grupo de moradores de rua que se reúne todos os dias, na Rua Jaime Reis, na pracinha em frente ao Reservatório do Largo São Francisco, vem gerando reclamações. Muitos estão lá apenas descansando, comendo, bebendo, jogando, conversando ou tomando banho de sol. Porém as pessoas que trabalham na região contam que entre o grupo também há os que consomem drogas no local – fumam crack ou cheiram cola. Os comerciantes reclamam que os ?habitantes do Largo? assustam os clientes. Já as pessoas que têm que passar por lá todos os dias se incomodam com a bagunça e o mau cheiro.
Julyan Suelyn Moreira, 19 anos, trabalha no prédio ao lado da pracinha e diariamente passa pelo local. ?Eles sempre estão ali, principalmente à tarde. Eu tenho medo de passar por lá. Uma vez um deles até chegou a perseguir eu e uma colega?, conta. A reclamação de Kely Pereira, 22 anos, que também trabalha na região, é outra. ?O ruim é a sujeira e o cheiro que fica ali na praça?, diz. A colega Leonilda Ramos, 31 anos, relata que faz pelo menos um ano que o grupo se reúne no local.
Lurdes Lúcia de Oliveira tem um estabelecimento comercial em frente ao Largo. Segundo ela, há dias que chega a ter 20 pessoas na ?reunião?. ?Teve época que eles incomodavam muito, mas a gente chamou a viatura e acalmou. Mas atrapalha porque os clientes se afastam, sem contar que a gente não consegue trabalhar. Eles aparecem e querem comida, água, pedem dinheiro. Chegaram até a invadir o estabelecimento ao lado?, lamenta a comerciante. ?Dá pena, porque tem moços jovens, meninas e quando você pergunta o porquê deles estarem ali, eles dizem que não têm família nem para onde ir?, comenta.
FAS
Segundo a coordenadora do Resgate Social da Fundação de Ação Social (FAS), Eliana Oleski, o grupo é ?barra-pesada? e já é conhecido pela equipe. ?Muitos do grupo ficam ali porque são atendidos por uma instituição próxima, onde tomam banho e ganham sopa, mas entre esses ficam alguns traficantes. Várias vezes o grupo foi abordado, mas sempre retornam ao local. Curitiba não tem morador de rua que não seja conhecido, o problema é que nem todos querem ser atendidos. Mesmo assim estamos sempre tentando?, explica.
Eliana afirma que no final da tarde de ontem, assim que a reportagem de O Estado entrou em contato com ela, um educador foi enviado ao local para analisar e logo intervir solicitando, se necessário, a ajuda policial. Segundo ela, a abordagem seria feita ainda ontem, no início da noite.