Drogamed de portas fechadas e 750 podem ficar sem emprego

A tradicional rede de farmácias Drogamed fechou as suas lojas no Paraná. A empresa estava em concordata devido a quantidade de dívidas acumuladas. Com a dissolução da empresa, cerca de 750 funcionários deverão ficar sem emprego, uma vez que são 78 lojas em Curitiba e região metropolitana e até agora não houve interesse pela compra da Rede.

Há informações de que grupos de São Paulo e do Mato Grosso teriam ficado interessados em assumir a Rede, porém desistiram ao tomarem conhecimento do volume das dívidas.

Especula-se que o estoque existente hoje não seria capaz de saldar os compromissos da Drogamed.

Para o Sindicato dos Farmacêuticos, o anúncio de fechamento das lojas é motivo de infelicidade principalmente pelos profissionais ligados ao sindicato. O presidente da entidade Emyr Roberto Carborene Francesqui disse que ao todo são 120 farmacêuticos que deverão ser defendidos pelo sindicato.

"É uma infelicidade na verdade (a notícia), nada que venha prejudicar o comércio e a classe farmacêutica em si, nós vemos com bons olhos". "Hoje nós estamos com a preocupação maior com os farmacêuticos que são o nosso público alvo" afirmou o sindicalista.

"Estamos tranqüilizando a eles dizendo que o sindicato está aqui para defendê-los e respalda-los de qualquer direito que eles tenham. Eles têm todo o amparo do Sindicato dos Farmacêuticos", concluiu.

O presidente afirmou que ainda não houve nenhuma manifestação da empresa sobre quais medidas serão tomadas com relação aos funcionários.

"É, não houve nenhuma manifestação oficial da Rede e nem por vias judiciais, por isso estamos aguardando qual será o posicionamento da Rede para que a gente possa tomar as medidas de defesa aos farmacêuticos". O presidente do Sindicato explicou casos como esses não são raros.  Ele atribui o problema ao grande número de farmácias existentes no Estado, razão pela qual os profissionais são orientados a conhecer bem o seu local de trabalho.

"Isso infelizmente é uma normalidade pelo número de farmácias existentes no Paraná. De acordo com a ONU deveria se ter uma farmácia para cada grupo de 8500 pessoas, no entanto, atualmente são 1600 pessoas para cada farmácia".

"Nós temos orientado os farmacêuticos para que eles percebam onde é que eles estão entrando".  "Farmácia não é comércio, e sim um ponto de atendimento à saúde da população", ressaltou o presidente.

Até o momento, nenhum responsável pela empresa foi encontrado para comentar sobre o caso.

   Foto: Lucimar do Carmo
Foto: Lucimar do Carmo

Emyr Carborene Roberto Franceschi, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Paraná, ficou surpreso com o fechamento da Drogamed

Coletiva de Imprensa

Às 10 horas da manhã desta sexta-feira (2), o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Paraná, Emyr Carborene Roberto Franceschi, e a assessora jurídica Andréa Canisso Trevisan falaram com a imprensa sobre o fechamento da Drogamed.

Eles afirmaram que vão aguardar a decisão judicial sobre a auto-falência da rede – o advogado da empresa teria encaminhado o pedido nesta manhã –  para então começarem a agir. A decisão deve sair na tarde desta sexta-feira (2) ou, no máximo, na segunda-feira (5).

Segundo o Sindicato, não houve atraso nos salários. O único problema foi no pagamento referente ao mês de março, que não foi efetudado no quinto dia útil do mês de abril; mas em parcelas até o dia 15. A preocupação agora é em relação ao salário de abril, que ainda não tem previsão de quando será pago.

O Sindicato disse que o acontecido com a Drogamed foi uma surpresa para eles. Porque, apesar das prateleiras estarem vazias, eles não tinham sido informados sobre o risco de falência e, por isso, acreditavam que fosse uma crise passageira.

O Sindicato garantiu que vai dar apoio a todos os farmacêuticos, mesmo os não sindicalizados.

Após a decisão judicial, deve-se pedir o termo de rescisão do contrato, a baixa na carteira de trabalho, os direitos trabalhistas e seguro desemprego.

Está marcada uma reunião, para segunda-feira (5), entre o Sindicato de Farmacêuticos e o Sindicato de Comércio, já que nem todos os empregados da empresa eram graduados em Farmácia, para planejar ações em favor dos funcionários.

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