Os trabalhos de dragagem do Canal da Galheta entraram na terceira semana. Até agora, estima-se que já foram retirados mais de 400 mil metros cúbicos de sedimentos, a serem confirmados por levantamentos batimétricos. Este volume representa aproximadamente 29 mil caminhões de dois eixos carregados de areia.

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Durante os trabalhos, já foram encontradas três blocos de concreto (poitas) que estavam assoreando o canal e que foram depositadas na Galheta ao longo dos últimos 20 anos. Levantamentos da Marinha apontam que existem pelo menos cinco poitas no fundo da Galheta. É que antigamente, quando algumas bóias se deslocavam, as correntes que prendiam o equipamento às poitas eram simplesmente cortadas, fazendo com que estes blocos repousassem no canal. As poitas, no fundo do mar, retêm sedimentos gerando bancos de areia e deformações.

De acordo com o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, as campanhas de dragagem realizadas ao longo dos últimos 20 anos sempre ignoraram a retirada das poitas, já que havia risco grande que o equipamento quebrasse. “Nós estamos corrigindo estas deformações e devolveremos o Canal da Galheta ao seu traçado original”, disse.

A draga holandesa HAM 310 funciona 24 horas por dia e a operação de carga e descarga dura, em média, cerca de quatro horas. A área de despejo está localizada a cerca de 15 quilômetros do Canal da Galheta. Nesta sexta-feira (27), a draga fez sua primeira parada técnica. Como estava previsto desde o início dos trabalhos, a operação sofrerá curtas paralisações ao longo do processo de dragagem para realização de eventuais ajustes, já que o equipamento opera em ambiente agressivo necessitando de manutenção constante. Fora isso, a parada serve para realizar o abastecimento de combustível, água potável para os 30 tripulantes e suprimentos.

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A empresa Somar, que venceu a consulta pública para realizar a dragagem emergencial do Canal da Galheta, tem 100 dias para realizar o serviço. Com a conclusão dos trabalhos, o Canal voltará a ter suas dimensões originais de 200 metros de largura e 15 metros de profundidade. A estimativa é que sejam dragados cerca de 3,67 milhões de metros cúbicos de sedimentos do Canal, numa área de seis quilômetros de comprimento.

 

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