As obras para uma nova estação de tratamento de esgoto da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) em Londrina, a Estação Esperança, que deveriam ter iniciado ontem, foram impedidas por proprietários de chácaras da região, que são contrários ao empreendimento.

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Ao chegar com o maquinário, os funcionários da Sanepar foram barrados na entrada na Chácara São Miguel. Os moradores formaram um cordão humano até que os funcionários desistiram e foram embora.

Hoje, os moradores pretendem aproveitar a visita do governador Roberto Requião a Londrina para entregar um abaixo-assinado contra a obra. “Estamos decididos a não deixar que a obra aconteça, a não ser que o juiz dê ganho de causa à Sanepar. Se isso acontecer, vamos respeitar, mas vamos exigir que seja feito um tratamento de esgoto semelhante ao de Brasília, que é terciário”, diz uma das proprietárias da Chácara São Miguel, Vera Victorino.

Segundo o advogado da associação de moradores e da organização não-governamental Meio Ambiente Equilibrado (MAE), Camillo Vianna, a estação de tratamento desrespeita uma lei municipal que prevê que obras do gênero só podem ser feitas a pelo menos 5 mil metros de uma área urbana.

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Tramita na 6.ª Vara Cível de Londrina ação civil pública pedindo a anulação do licenciamento e a revogação da desapropriação de terra, que Vianna defende terem sido feitas de forma irregular.

Apesar do imprevisto de ontem, o gerente da Sanepar em Londrina, Sérgio Bahls, garantiu que a obra vai começar no local. “Precisamos dessa estação para atender 120 mil pessoas. Já temos cerca de 5 mil famílias com fossas transbordando”, argumenta.

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Bahls afirma ainda que os gases que provocam mau cheiro serão transformados em energia para a própria estação. Segundo a Sanepar, as obras já estão atrasadas em quatro anos, por dificuldade na escolha do melhor local.