A morte de uma cadela mista de pitbull com labrador no Alto Boqueirão gera polêmica nas redes sociais desde o domingo de Páscoa. Pandora morreu enforcada em um cambão, no momento em que era levada por guardas municipais de Curitiba, logo depois de ter sido apontada como a responsável pelo ataque a uma criança.
Amigos da proprietária do cão fizeram um protesto em frente à sede da Guarda, na Rua Presidente Faria, Centro de Curitiba, na manhã de sábado. A ocorrência foi na Rua Tenente Coronel Villigran Cabrita. A pessoa que ligou para o Siate pedindo socorro para o garoto de quatro anos garante que Pandora pulou o muro e ficou na rua, avançando nas pessoas que passavam. Os donos do animal não estavam em casa. Antes de morder a perninha da criança, a cadela teria atacado um senhor que carregava um carrinho de mão, mas ele conseguiu fugir. A criança estava no local visitando uma tia, foi socorrida e passa bem.
Guardas municipais foram acionados por volta das 17h para atender a ocorrência e encontraram Pandora dentro do terreno da proprietária, Nicaele Novais. Eles pediram para encaminhar a cadela até o Centro de Zoonoses, para fazer exames. A cadela morreu quando era colocada dentro do veículo que faria o transporte, enforcada no cambão. Tudo aconteceu na frente de Nicaele, da mãe e do filho dela, que cresceu com Pandora.
“O guarda municipal torceu a sobra de fio em torno do pescoço da Pandora criando uma segunda volta e ergueu a Pandora, que desfaleceu na hora. Ela caiu no chão, urinou e defecou, e ele jogou ela na gaiola dizendo que ela ainda estava viva. Ele tirou o nome da farda para que a gente não identificasse ele, e zombou da família, dizendo que era só um cachorro”, garante Nicaele.
A Guarda Municipal relatou que Pandora estava muito agitada e enforcou-se quando se debatia para tentar sair do cambão. No sábado, os manifestantes passaram mais de duas horas na frente da sede da guarda, com faixas e apitos, pedindo providências. Uma denúncia já foi feita a ouvidoria da Guarda Municipal, e foi registrado um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente.
“Minha família está arrasada. Meu filho só sabe chorar e mal se alimenta, e isso ninguém enxerga, pois estão ocupados demais pintando um cão como um diabo”, desabafa Nicaele.