Os donos de cantinas no Porto de Paranaguá prometem bloquear a Avenida Portuária a partir de amanhã, data em que vence o prazo dado pela Justiça para que os trabalhadores desocupem as lanchonetes. Eles prometem fazer piquete e até queimar pneus para impedir a demolição das cantinas.
A briga entre os cantineiros e a superintendência dos portos se arrasta há quase um ano e, no último dia 9, o juiz da Vara Cível de Paranaguá, Hélio Arabori, considerou que o local foi invadido e, em cinco dias, deve ser promovida a reintegração de posse.
Os cantineiros alegam que estão no local desde o início dos anos 80 e muitos compraram as cantinas de outros proprietários. Lourivaldo da Silva Júnior, advogado dos 13 cantineiros, disse que o porto não está oferecendo qualquer indenização aos trabalhadores nem um novo local de trabalho.
Já a superintendência do porto informa que há tempos vem tentando conversar com os cantineiros e convencê-los da necessidade de desocupar o local. O porto disse que apresentou ainda um projeto de criação de cantinas padrão, que seriam licitadas e que os 13 cantineiros instalados no local teriam prioridade nas novas instalações.
Enquanto o impasse se arrasta, quem tira o sustento nas cantinas do porto está vivendo dias de aflição. Elizabete Maria da Silva Monteiro trabalha há 25 anos como cantineira. Com medo da demolição, ela retirou os freezeres e outros equipamentos grandes e caros da cantina, mas continua trabalhando. "O problema é que não querem dar nenhum outro lugar para a gente trabalhar. Isso é um absurdo", lamenta.