Donos de bares e restaurantes estão na bronca com a prefeitura e órgãos públicos que fiscalizam a atividade. Os empresários reclamam que a burocracia na emissão e renovação de alvarás e o rigor exagerado na fiscalização atrapalham o desempenho do setor, que aponta queda de 40% no faturamento desde o início do ano.

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Na tarde de ontem, representantes do setor se reuniram num restaurante da Praça da Espanha para discutir medidas para enfrentar a crise e cobrar mais apoio do setor público. O uso das calçadas pelos bares no entorno da praça, que recebe grande quantidade de visitantes durante os fins de semana, foi um dos principais assuntos do encontro.

Segundo o presidente da Associação de Bares, Restaurantes e Similares (Abrabar), Fábio Aguayo, o poder público tem sido implacável com os empresários do setor. “Nossa preocupação mais grave é que a fiscalização está com rigor e preciosismo exagerado. Por conta de qualquer detalhe, os estabelecimentos são multados e até impedidos de funcionar”, afirma.

O empresário Liferson Nascimento, proprietário do bar LV Soho, diz que não consegue regularizar na prefeitura a colocação de mesas na calçada. “Sou multado quase todas as semanas. No domingo, havia 3 mil pessoas aqui na praça e todos querem lugar para sentar. Muitos turistas vêm e não temos como atendê-los. E na Copa do Mundo, como será?”, questiona.

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A demora na concessão e renovação de alvarás também incomoda. “Estou tentando renovar o meu desde o final do ano passado, mas o processo está parado”, diz Daniel Junior, dono da casa de shows Gaitaço Sertanejo, em Santa Felicidade. “Estou com alvará vencido, funcionando na clandestinidade, como muitos outros. Tenho que assumir esse risco, ou fechar a casa”, lamenta.

Respeito à lei

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O secretário de Urbanismo, Reginaldo Cordeiro, diz que não existe burocracia, mas exigência de respeito à legislação. “Para usar a calçada, é preciso deixar metade do passeio livre para circulação de pedestres. Na Praça Espanha, muitos ocupam a calçada inteira, impedindo a circulação. Já os alvarás não podem ser permanentes, pois são necessárias fiscalizações periódicas, feitas de maneira independente por órgão, como bombeiros e Vigilância Sanitária. Só existe burocracia para quem não está de acordo com a lei”, afirma.