Praça Tiradentes

Dois anos depois de acidente, usuários reclamam de transporte

No mês em que se completam dois anos do trágico acidente na Praça Tiradentes, envolvendo um ônibus Ligeirinho da linha Colombo/CIC, contabilizando duas mortes e 30 pessoas feridas, o Paraná Online retornou ao ponto onde tudo aconteceu para saber dos passageiros e das pessoas que cruzam o local diariamente se o sistema de transporte coletivo melhorou após o episódio. A avaliação geral ficou bem distante da análise das empresas de ônibus e da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs).

O gerente comercial Marcos Bezerra disparou: “Não melhorou, pelo contrário, o que sinto dentro do ônibus é que a segurança é bem pequena”, afirmou. Entretanto, ele não responsabiliza apenas os motoristas de ônibus e gestores do transporte por esse receio. “Falta educação no trânsito. É pedestre, ciclista, motorista de carro, motoqueiro, todos ajudam a criar o caos em que vivemos e que em qualquer momento pode virar um acidente grave”, aponta.

A professora Rose Moreno até reconhece algumas melhorias, como a renovação da frota, mas reclama dos atrasos e das manobras dos motoristas por conta dos horários. “Colocaram ônibus novos, mas são insuficientes e com a quantidade de carro que tem na rua, eles ficam mais pressionados com os horários e aumentam as manobras arriscadas”, comenta.

As estatísticas do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) da Polícia Militar revelam que o total de acidentes envolvendo ônibus e micro-ônibus em Curitiba caiu 7,5% nos cinco primeiros meses deste ano (298) em relação a igual período de 2011 (322). Houve queda de 10,5% na quantidade de feridos (de 305 para 273), mas o número de óbitos no local aumentou 20%, de cinco para seis. “Pelo que verificamos no dia a dia, distração de pedestre, conversões proibidas de motoristas de carros e descumprimento da sinalização por parte dos motoristas de ônibus são as principais causas dos acidentes registrados”, cita o tenente Ismael Veiga, do BPTran.

A Avenida República Argentina lidera o ranking deste ano, com 17 acidentes. No ano passado, ficou em segundo, com 15, empatada com a Avenida Sete de Setembro – que neste ano caiu para terceiro, com 11. A Avenida Marechal Floriano Peixoto, que foi a campeã do ano passado, com 18 ocorrências de janeiro a maio, caiu para segundo. Com 12 situações, aparece empatada com a Avenida Presidente Affonso Camargo, que no último ano registrou 10 acidentes e ficou em terceiro.

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