Dois acidentes ambientais movimentaram as equipes de plantão do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) neste final de semana. Na noite de sábado (16), o tombamento de um caminhão provocou o vazamento de sulfato de alumínio, produto utilizado na purificação de água, em um córrego localizado na altura do Km-680 do trecho paranaense da BR-376, próximo à estrada que dá acesso ao município de Garuva, em Santa Catarina.
O outro acidente também ocorreu no último sábado (16), no pátio da fábrica de cimentos Votorantim, em Rio Branco do Sul (Região Metropolitana de Curitiba). Estima-se que até 30 mil litros de óleo de caldeira tenham atingido o córrego Tacaniça por meio de galerias pluviais próximas ao pátio.
Sulfato de alumínio
O caminhão que transportava nove toneladas de sulfato de alumínio pertencentes à empresa Guaíba Indústria e Comércio Limitada tombou quando seguia do município de Embaú, no Paraná, para a empresa Sulfato Rio Grande, em Guaíba, no Rio Grande do Sul.
Parte da carga vazou, atingindo um córrego afluente do rio São João. ?Ainda não foi confirmado o volume do vazamento devido à demora dos serviços de resposta. O guincho para a remoção do caminhão só chegou na tarde desta segunda-feira (18)?, informou um dos técnicos que permanecem no local do acidente.
No último domingo (17), foi constatado que dois tanques de criação de peixes que se abasteciam de água do córrego foram atingidos pelo produto em alta concentração ? o que resultou na mortandade de alguns animais em um dos criatórios. Foram coletadas amostras da água do córrego e peixes para serem encaminhadas aos laboratórios do IAP. As análises serão concluídas em dez dias.
Segundo os técnicos, ao encontrar as águas do rio São João, o produto se diluiu, passando a não oferecer mais riscos ambientais nem à população. ?Mesmo assim, moradores próximos ao local foram orientados a não consumir água ou peixes do córrego nos próximos dias?, destacaram.
Óleo de caldeira
Um caminhão que iria abastecer com óleo de caldeira um dos tanques vazios localizados no pátio da empresa ? que, por sua vez, direcionaria o produto às caldeiras – se acoplou a um tanque cheio. Ao começar a transferência, um dos canais de ligação à caldeira não suportou a pressão e provocou o vazamento.
?No início, o óleo ficou retido nas bacias de contenção no pátio da empresa e, em seguida, foi direcionado às caixas separadoras ? que, saturadas, transbordaram e fizeram com que o produto atingisse galerias de águas pluviais que desembocam no córrego Tacaniça?, explicou uma das técnicas que compunha a segunda equipe de plantão.
Assim como nos demais acidentes envolvendo a contaminação recursos hídricos, foram feitas coletas de água do córrego ? encaminhadas para análise nos laboratórios do órgão ambiental. ?Também foi solicitado à empresa que acompanhe, por meio de coletas, a recuperação do córrego nos próximos dias, até sua limpeza total?, concluiu a técnica.