Átila Alberti / GPP |
Grande parte da população da continua após a publicidade |
?Não custa nada? e ?encontrar uma medula óssea compatível é como ganhar na loteria?. São com esses argumentos que as equipes do Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade (LIGH) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), formada de profissionais e estagiários da área de Biologia, Farmácia e Medicina, já cadastraram, desde 2001, 14 mil doadores voluntários de medula óssea com ações de conscientização em Curitiba e Região Metropolitana e ontem, no Dia da Comunidade, na Lapa, buscavam mais doadores.
A expectativa era de que outras 150 a 200 pessoas se cadastrassem no município. Segundo um dos organizadores da ação de conscientização na Lapa, o convencimento das pessoas não é difícil. Muitas pessoas deixam de ser doadoras de medula óssea por falta de esclarecimento. ?É um termo cheio de mitos. As pessoas acham que vai mexer com a coluna e até ficar paraplégico. Quando a gente consegue explicar as pessoas se mostram bem receptivas?, afirma o biólogo Pablo Sandro Carvalho Santos.
O biólogo do Hemepar ainda explica que esse tipo de câncer, no sangue, é muito mais comum em crianças e a esperança de cura – a última depois da quimioterapia e radioterapia – é o transplante de medula óssea, mas em 70% das vezes não se encontra um doador na família. Daí a importância de se realizar ações como essa, que das pessoas interessadas em se tornarem doadoras, colhem 10 ml de sangue, nome e telefone. Após verificado o tipo da medula, fazem o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). ?As pessoas que precisam procuram o Redome e, quando verificada a compatibilidade, o órgão entra em contato com o doador?, explica Pablo. Para ser doador as únicas exigências é que a pessoa tenha boa saúde e entre 12 e 55 anos.
Procedimento
Como explica Pablo Sandro Carvalho Santos, até o transplante pode levar até três meses para a preparação, tanto do paciente quanto do doador. ?É uma preparação fisiológica e psicológica, porque com o procedimento o paciente fica bem sensível?, afirma. O biólogo explica que, no caso de leucemia, para receber a medula óssea saudável, as células doentes do paciente precisam ser destruídas. E durante um mês, ele fica sem qualquer imunidade, vivendo à base de antibióticos e transfusão de sangue diária. Além disso, durante algumas semanas, o paciente fica em uma sala lacrada, sem visitas, à espera do transplante.