Em época de feriado de Carnaval, a quantidade de doadores de sangue cai pelo menos 30% por conta das viagens. Para agravar a situação, a demanda aumenta, pois há a probabilidade de ocorrerem mais acidentes nas estradas. O Hemepar, por exemplo, consegue coletar cerca de 400 bolsas de sangue em um dia. Mas segundo o diretor Wilmar Guimarães, para trabalhar com tranqüilidade seria necessário uma reserva de pelo menos mais 100 bolsas. E quando chegam os períodos de férias e feriado a situação se complica.
Guimarães explicou que durante o Carnaval, por exemplo, diminui o número de procedimentos eletivos nos hospitais, ou seja, aqueles que podem esperar. Porém, aumentam as emergências em virtude de acidentes de carro ou consumo excessivo de bebidas alcoólicas. ?Às vezes, uma coisa compensa a outra, mas em geral falta sangue nesta época enquanto há um risco potencial de mais uso?, afirmou. Segundo ele, além de haver a necessidade de um número maior de doadores, há ainda o agravante de que parte dos candidatos acabam inaptos ao procedimento. ?De 15% a 18% de quem nos procura para doar acabam inaptos. Ou não tem o peso ideal ou tem comportamento sexual de risco, entre outros fatores?, exemplificou.
O ideal, segundo Guimarães, seria que de 3% a 5% da população doasse sangue. Porém, apenas metade disso doa sangue para o Hemepar. A outra metade, explica ele, doa para a rede privada de coleta de sangue. O Hemepar atende 365 hospitais em todo o Paraná e possui 24 unidades de coleta. Quem quer doar sangue precisa ter mais de 50 quilos, mais de 18 anos e levar um documento, além de não estar doente. Guimarães lembrou também que, quando um hospital necessita do sangue tipo O negativo, o problema é ainda pior. ?É um tipo de sangue que só 3% da população tem?, comentou.
Já com relação ao Hemobanco, o médico Renato Merolli informou que não há problemas com falta de doadores, nem mesmo em época de feriados. ?Com o número de doadores que temos conseguimos atender aos 52 hospitais e clínicas conveniados?, contou. Ele disse que o Hemobanco conseguiu mudar o quadro de falta de sangue com uma ?mudança no sistema de coleta?, que não foi revelado pelo médico.
Solidariedade
Os calouros da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) estão sendo convidados a doar sangue para entrar no cadastro nacional de medula óssea. Já amanhã, eles também poderão doar sangue. É a chamada Acolhida Solidária aos Calouros da PUCPR. O estudante de Engenharia da Computação, Rafael Pizzamiglio, de 18 anos, doou sangue para participar do cadastro. ?Acho muito importante doar para o cadastro de medula óssea já que isso é tão escasso. Acho que quanto mais divulgação melhor?, comentou. Quem não é aluno da PUC também pode doar. A zeladora da universidade, Tereza Cristina da Silva, de 36 anos, resolveu fazer parte do cadastro. ?Vou ficar contente se acharem uma medula que dê certo com a minha?, disse. As doações podem ser feitas até amanhã, das 9h às 12h e das 14h às 17h, no Bloco Acadêmico do Campus Curitiba da PUCPR (no bairro Prado Velho).
