O Corpo de Bombeiros atende, em média, 4.500 ligações de emergência diariamente, destas, apenas cerca de 4% são de ocorrências verdadeiras. Segundo o tenente Leonardo Mendes, 55% dos trotes recebidos são de pessoas fazendo brincadeiras ou piadas. “No primeiro momento é a curiosidade em saber como os Bombeiros atendem a ocorrências, mas essas pessoas não tem noção do prejuízo que podem causar”.
Foi justamente um trote telefônico que causou a morte de um servente de pedreiro no final da tarde desta quinta-feira (7). Antônio Antunes de Oliveira, de 55 anos, foi surpreendido por dois jovens no portão de casa. O bandidos anunciaram o assalto e, mesmo sem ter reagido, Oliveira foi atingido por dois tiros. A família acionou o Siate, mas as viaturas que estavam próximas à residência, em Pinhais, foram atender uma ocorrência falsa.
Uma outra ambulância que estava no bairro Cabral foi deslocada para atender o servente de pedreiro, mas demorou 25 minutos para chegar, tempo que piorou o estado de Oliveira. Ele foi atendido ainda com vida, mas morreu no Hospital Cajuru.
O trote é crime previsto no Código Penal (art.266 e art. 340) e quem o pratica pode pegar de um a três anos de detenção e multa. De acordo com o tenente, a maioria dos trotes são recebidos durante, com ligações feitas a partir de telefones públicos.
Mesmo com o grande número de trotes, a experiência dos operadores de rádio dos Bombeiros garante que muitas ligações falsas sejam desmascaradas. “São feitas perguntas chave referentes a detalhes da ocorrência. Em casos de trotes, a pessoa acaba desligando ou se atrapalha para responder quando se trata de um trote”, afirma Mendes. O tenente salienta que são raras as situações que uma ambulância é efetivamente deslocada para um local que decorre de uma ocorrência falsa.