| Foto: João de Noronha/O Estado |
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| David Gouvêa, diretor do DNIT-PR. continua após a publicidade |
O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), publicou na segunda-feira um edital pedindo ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) uma licença prévia para a licitação do projeto da implantação e pavimentação da rodovia BR-101 no Paraná, entre a BR-277 e a BR-376. A construção da via desviaria o fluxo de caminhões de carga pesada da BR-376, que liga o Paraná a Santa Catarina, e da BR-277, que liga Curitiba ao litoral.
A superintendência do DNIT no Paraná já tem pronto dois anteprojetos para a obra que aproveitam traçados pensados para a rodovia nos anos 1980s. ?Com a licença prévia do IAP, poderemos licitar o projeto executivo para a obra. A expectativa é que consigamos as licenças necessárias até o fim deste ano para projetar a via durante 2007. Dessa forma colocaremos a realização dela no orçamento de 2008?, revela o engenheiro Marcelo Gasino, chefe do serviço de infra-estrutura do DNIT no Paraná.
A BR-101 passa por quase todo o país e é interrompida no Paraná. Das duas possibilidades para a rodovia, uma já foi abortada em 1986 por fatores ambientais. ?Essa opção ligaria a BR-277, na altura do segundo trevo de Morretes, até Garuva. Mas é um traçado que passaria pela Serra do Mar e exigiria subidas e descidas e provavelmente a construção de um túnel?, esclarece o engenheiro. A segunda opção, a mais viável, ligaria o município de Pedra Branca do Araraquara, na divisa com Santa Catarina, até a PR-508, a Alexandra Matinhos.
De acordo com Gasino, a segunda opção, além de ser toda ela ao nível do mar, geraria um impacto ambiental menor, já que quase não atravessaria trechos de Mata Atlântica, o que tornaria a obra muito mais barata. ?Cerca de 80% desse trajeto já existe em forma de estradas vicinais e municipais?, completa. Segundo o diretor do DNIT no Paraná, David Gouvêa, o projeto ainda está engatinhando, mas já tem o apoio da diretoria central do órgão, em Brasília. ?Já estamos fazendo reuniões com os prefeitos das cidades onde a rodovia passará e realizando estudos ambientais para que ela não venha a trazer prejuízos ecológicos ao litoral?, acrescenta.
Benesses
Implantada no final dos anos 60s e início dos anos 70s, a BR-101 é uma das principais rodovias longitudinais do país. O projeto original previa sua construção no Paraná, o que nunca se concretizou devido a questões ambientais. Mesmo que ela seja construída até Antonina, dificilmente haverá uma ligação até São Paulo, pois precisaria atravessar o Parque Nacional do Superagüi. A proximidade da BR-101 do litoral credita a ela um acesso perfeito aos portos, por onde costuma ser escoada a produção, especialmente agrícola.
Para o chefe do serviço de infra-estrutura do DNIT no estado, os benefícios com a construção da nova rodovia ultrapassam o aspecto econômico, que consiste na economia de combustível, pois as distâncias serão reduzidas. ?Mais do que isso, o importante do desvio do fluxo é assegurar maior segurança para as pessoas que usam a BR-277 e a BR-376, pois os caminhões não passarão mais por lá?, diz o engenheiro.