Disputa comercial coloca vôos em risco em Maringá

Uma disputa comercial entre a Trip Linhas Aéreas, que tem vôos diários para Maringá, no norte do Paraná, e a Nordeste Linhas Aéreas, que opera a Estação Permissionária de Telecomunicações e Tráfego Aéreo (EPTA), no Aeroporto Sílvio Name Júnior, na mesma cidade, pode colocar em risco a vida de passageiros. Uma empresa não conversa com a outra e os pousos, principalmente os noturnos, são feitos quase às cegas. As empresas, no entanto, garantem que estão preocupadas com a segurança. O Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), em Curitiba, deve avaliar as denúncias na segunda-feira.

Os problemas começaram em junho de 2006, quando a Nordeste apresentou os contratos com valores a serem cobrados pelos serviços em horários não previstos como ?abertos? pela concessão. Segundo a empresa, apenas a Trip não assinou e parou de pagar. A dívida estaria em torno de R$ 450 mil. A discussão foi para a Justiça. ?A Nordeste cobra por serviço extra quando o vôo não é extra?, argumentou o assessor da diretoria da Trip, comandante Sérgio Borges Costa. ?Ela cobra até cinco vezes a mais do que em outros aeroportos.? A assessoria da Nordeste disse não considerar o preço extorsivo e argumentou ter proposto que as empresas sentassem à mesa para conversar, mas sequer recebeu resposta. Sem acordo desde 1.º de setembro, a Nordeste decidiu não atender mais a Trip.

No último dia 12, os 39 passageiros do vôo 5521 enfrentaram problemas. Eles sobrevoaram Maringá por 48 minutos. Em razão da pendência, a Nordeste novamente havia cortado o contato entre terra e ar e deixou de acender as luzes de pista. O comandante da Trip aguardou a chegada de um avião da TAM para que as luzes fossem acionadas. A empresa aproveitou a iluminação e também pousou, mesmo sem o auxílio do rádio. O comandante registrou boletim de ocorrência na polícia.

De acordo com a Nordeste, as empresas devem comunicar quais aeronaves estão previstas para o dia e, segundo ela, a Trip não estaria fazendo isso. Já a empresa respondeu que todas as operações são feitas ?dentro das regras de vôo previstas em lei?.

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