Frustração. Esse é o sentimento comum a dois profissionais que ficaram inconformados ao lerem matéria do Paraná Online sobre as críticas dos turistas da Copa em relação à falta de profissionais bilíngues. Ambos foram dispensados de trabalhos voluntários mesmo se mostrando qualificados.
A secretária executiva Simone de Oliveira Silva, 47 anos, participou de todo o processo seletivo. “Como sou fluente em inglês e alemão, pensei que poderia contribuir muito”, explica.
No dia 7 de junho, a coordenação do evento comunicou que Simone deveria pegar a credencial, só que na retirada ela descobriu que estava descadastrada, porque iria trabalhar de forma gratuita na praça de alimentação para uma empresa chamada CCM. “Nunca fiz cadastro para essa empresa e cobrei explicações do coordenador. Ele disse que essa situação estava ocorrendo por conta de uma confusão feita no Rio de Janeiro e pediu para eu voltar dias depois. Novamente não deu certo. Retornei uma terceira vez, no dia 14 de junho, e fui comunicada que não foi autorizado meu credenciamento”, relata.
Simone chegou a pensar que sua idade pudesse interferir na seleção, mas após passar por todo o processo ficou bastante frustrada. “Até hoje não entendi como meus dados foram parar em outra empresa e porque a Fifa fez eu perder tanto tempo para me dispensar. Mandei e-mails para o setor responsável, mas não tive resposta”, lamenta.
O Paraná Online procurou a Fifa, que não se pronunciou.
Trabalhador
O intérprete médico e enfermeiro José Cabral Júnior, 44, também viveu caso semelhante. “Minha irmã soube que o Hospital do Trabalhador precisava de profissionais bilíngues e, como estou em férias no Brasil, procurei a entidade, que quis me remanejar para a vaga de ouvinte, mesmo tendo vasta experiência como intérprete médico nos EUA, onde moro há 17 anos”.
A Secretaria Estadual de Saúde explicou que a vaga era de ouvinte, não havendo possibilidade de remaneja José para o centro cirúrgico, onde a maioria dos profissionais é bilíngue.
