Jovens tiveram a carreira militar
interrompida pelo corte do
orçamento do Exército.

O corte do orçamento do Exército determinado pelo governo federal acabou interferindo nos planos para o futuro de muita gente. Nos cinco meses em que serviram, alguns deixaram de lado os estudos e a qualificação profissional. Outros se esforçavam, participando de cursos internos, para ter mais chance de seguir carreira militar.

Rôni Neckel, de 18 anos, era um dos revoltados. Ele disse que serviu dois meses na Companhia de Comando e depois, durante três meses, fez um curso de formação. O objetivo era ter mais chances para continuar a carreira militar. “Era muito pesado, emagreci oito quilos neste treinamento, estava empenhado”, reclama. Evandro Zangiski, 18, também compartilhava da tristeza de Rôni. Agora ele vai tentar voltar para o Exército por meio de concursos externos. “Será mais difícil, mas é isso que quero”, afirma. Para Ronald José da Silva, 19, a experiência também não foi agradável. Ele conta que deixou cursos e o estudo de lado para servir o exército. Ele ia concluir o Ensino Médio e prestar vestibular em 2003, agora acha que perdeu o ano. “Vou ao colégio tentar recuperar”, espera. Ele também gostaria de seguir a carreira militar.

Mas para outros a dispensa não foi tão ruim assim. Floriano Lachovaz, 19, vai voltar para o antigo emprego, já que a vaga é um direito garantido para quem presta serviço obrigatório. De um salário de R$ 153,00, ele vai voltar a receber R$ 500,00. Comenta que o que recebia do Exército só dava para pagar a passagem de ônibus e comprar alguns lanches.

Cledean Weiber também não tem do que reclamar. Ele estava desempregado na época. “Foi uma experiência legal: aprendi a disciplina, camaradagem e amizade.” Agora diz que vai procurar um emprego, continuar os estudos e prestar vestibular. No país todo, 44 mil recrutas ? 84% do contingente ? foram dispensados ontem. O corte foi o primeiro em 87 anos A verba para o Exército, que era de R$ 1,3 bilhão, caiu para R$ 579 milhões.

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