Esta semana os curitibanos tiveram a companhia do único dirigível em atividade na América Latina. O Ventura foi trazido à capital paranaense pela fabricante de pneus Goodyear, que transmitiu flashes ao vivo do jogo da seleção brasileira para todo o País. Esse tipo de aeronave existe desde o início do século XX e já por volta de 1910 carregava a propaganda da empresa. Daqui, a aeronave segue para São Paulo numa viagem que deve durar 10 horas, com velocidade média entre 30 e 40 quilômetros por hora.
A aeronave já visitou as mais importantes capitais brasileiras. Para deslocá-la é necessários uma equipe de 25 pessoas que envolve pilotos, co-pilotos, tripulantes, mecânicos, coordenador de atividade e gerente operacional, além de um cinegrafista. Cada vôo comporta oito passageiros mais um piloto.
Em 1912 a empresa que fabricava borracha também produzia o tecido para a aeronave. Um pouco mais tarde começou a usar o dirigível para fazer propaganda da marca. Devido às guerras a atividade parou e só retornou no fim da década de 40. No Brasil a empresa chegou em 1937, mas o dirigível ganhou o céu brasileiro só em 1997. Hoje é o único na América Latina.
Para erguer as três toneladas de peso são usados 4.600 metros cúbicos de gás hélio, com um custo de R$ 1 milhão. As viagens são todas realizadas pelo céu. “Ele é uma aeronave. É inviável desinflá-lo. Só fazemos isso quando ocorre algum problema”, afirma o coordenador de propaganda e atividades do dirigível, Maurici Tadei dos Santos.
Mas alguns cuidados devem ser tomados para colocá-lo no ar. Os ventos não devem ultrapassar os 30 quilômetros por hora, já que a aeronave só tem impulso para frente. “Se houver uma rajada de vento na lateral perde-se o controle”, afirma Maurice. O dirigível pode voar até 2 mil metros de altitude. Para levantar vôo e para o pouso é usado um mecanismo chamado de profundor.