Diretran usará câmeras no centro

Na última semana, o Centro Integrado de Monitoramento Eletrônico de Curitiba (Cimec) recebeu um reforço a mais em seu quadro. Agora, agentes de trânsito da Diretran também trabalham no local, que é responsável pelo monitoramento de 38 câmeras espalhadas na região central de Curitiba. Anteriormente, o local funcionava com guardas municipais e policiais militares. Agora, motoristas infratores também poderão ser identificados e punidos.

Ainda não há um balanço da quantidade de ocorrências de trânsito que as câmeras conseguiram flagrar nos seis dias iniciais do monitoramento, mas os agentes já sabem que o motorista curitibano tem o hábito de estacionar em locais proibidos. “Os estacionamentos irregulares e as filas duplas foram as ocorrências mais comuns até agora”, disse o coordenador da Unidade de Fiscalização de Trânsito da Diretran, Alceu Portella. Segundo ele, na semana que vem o local deverá ganhar uma viatura e uma moto que ficarão à disposição apenas do monitoramento.

Ao flagrar um motorista infrator, as equipes do Cimec acionam outros agentes que estão na rua, que seguem ao local. “Nosso objetivo é conscientizar o motorista, e não apenas multar. Um carro estacionado em local proibido pode trazer riscos não só para o condutor, mas também para o pedestre”, analisou Portella.

As câmeras utilizadas no Cimec são idênticas àquelas que já atuam na movimentação da Rua XV de Novembro desde 2001. No início eram apenas 14 delas e o objetivo principal era coibir a criminalidade na região. Agora, com as 38, a idéia é atingir motoristas infratores e comerciantes irregulares em uma extensão maior.

De acordo com o guarda municipal Castro Barbosa, que trabalha no local, nesses quatro meses já foi possível notar uma sensível queda nas ocorrências, embora elas migrem para os locais que não contam com câmeras. Na Rua São Francisco, por exemplo, onde usuários e traficantes de drogas agiam muito, agora são registradas poucas ocorrências.

A quantidade de ocorrências diárias varia muito. Ontem, por exemplo, quando choveu bastante, a movimentação no centro era menor e durante o tempo que a reportagem esteve no Cimec ninguém foi flagrado. Mas na sexta-feira, por exemplo, foram flagrados quatro situações de comerciantes ambulantes irregulares. Os profissionais que trabalham no Cimec já chegaram a atender situações inusitadas. “Dia desses uma mulher que não era de Curitiba estacionou o carro e o perdeu. E o pior é que ela havia deixado o filho dentro. Mas conseguimos localizar o carro e tudo acabou bem”, contou o guarda municipal.

Monitoramento cresce 50%

Newton Almeida

Empresas de vigilância e segurança privada têm registrado um aumento significativo no número de solicitações de instalação de câmeras de vigilância, tanto em estabelecimentos comerciais quanto em residências. A estimativa do presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná, Jéferson Nazário, é de que a demanda por esse tipo de instrumento de segurança cresceu cerca de 50% este ano.

Para ele, além do preço mais acessível, a preferência pelas câmeras é justificada pela intenção de identificar os possíveis criminosos e solucionar os eventuais crimes de assalto e furto. “Há cerca de cinco anos, a maior parte das câmeras era importada e a instalação de um equipamento não saia por menos de R$ 5 mil.

Hoje, por R$ 2 mil, o cliente tem um sistema de vídeo para vigilância.”
Nazário ressalta que as câmeras de vigilância inibem a ação de assaltantes. “Hoje todos sabem que podem ser identificados e punidos por um crime. Quando a pessoa percebe a presença do equipamento, ela se intimida e acaba desistindo de cometer o ass,alto”, conta.

Para Nazário, quanto maior é o número de recursos de segurança que um estabelecimento dispõe, menor é a chance de que ele sofra ação de assaltantes.
O sociólogo Lindomar Bonetti concorda que identificar os criminosos seria a função inicial das câmeras de vigilância.

No entanto, ele questiona a eficácia desses equipamentos na inibição dos assaltos. “Esses equipamentos buscam muito mais as soluções para os delitos do que impedi-los. Acredito que ela é pouco eficiente para amedrontar os marginais.”
Segundo Bonetti, os assaltantes têm muito mais medo da presença humana do que da existência de equipamentos. “No momento de um assalto, os indivíduos estão num estado de adrenalina muito forte e acabam ignorando a presença de câmeras”, afirma.

Para o sociólogo, a melhor medida para inibir os assaltos seria, além da presença de policiais nas ruas, ações preventivas. “A melhor opção é o Estado se fazer presente à população, não só com repressão, mas com políticas públicas de prevenção, com ações voltadas para a educação e geração de emprego e renda”, comenta.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo