O desejo de se fazer uma festa de casamento com direito a fraque, véu e grinalda e uma grande recepção vai perdendo força no Brasil e no Paraná. Um levantamento divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que o total de casamentos registrados em 2009 caiu 2,36% em comparação ao ano anterior.
É a primeira queda no país desde 2002. A redução no Paraná, de 3,34%, ficou ligeiramente maior que a média nacional. O chefe do IBGE no Paraná, Sinval Dias dos Santos, diz que os dados estavam dentro da estimativa prevista pelo órgão, que também mostrou redução no número de divórcios.
“Com menos casamentos, houve como consequência menos casais se divorciando. No Brasil, de 153.811 divórcios em 2008 passou para 139.641 no ano passado, diminuição de 9,21%. No Paraná, passamos de 8.461 para 7.657 divórcios, queda de 9,5%”, conta.
Outro destaque dado pelo chefe do IBGE é no que tange o mês de casamento. “A tradição de casar no mês de maio está perdendo força. Muita gente prefere agora casar em dezembro, pois o 13.º salário ajuda a pagar a festa e ainda por ser um mês tradicionalmente para se tirar férias”, avalia.
Para a proprietária da agência Par Ideal, Scheila Chamecki Rigler, o gasto com as festas de casamento está afastando as pessoas, em especial as mais humildes, na hora de dar um passo adiante na relação.
“Muita gente está indo morar junto para ver se dá certo com a pessoa e às vezes eles passam cinco, dez anos ou mais juntos, estáveis, mas sem oficializar a união”, explica.
Rigler diz também que há uma curiosidade entre pessoas que já foram casadas e estão a procura de companhia. “Nesta situação, os homens querem viver junto por um período de tempo e posteriormente casar. Já as mulheres até querem compromisso, mas não querem viver sob o mesmo teto, principalmente quem tem filho adolescente, por ter medo de levar uma pessoa para dividir o teto. Isso acaba gerando um conflito, pois os homens estão dispostos a se casar novamente, enquanto as mulheres não, embora nenhum deles queira ficar sozinho”, informa.
Brasil
Além do número de casamentos, o estudo do IBGE também abordou outros assuntos. Foi visto que a queda em sub-registros de nascimentos passou de 20,7% em 1999 para 8,2% em 2009.
