Diminui o índice de adolescentes grávidas

Muitas adolescentes ainda deixam a escola e as atividades na companhia dos amigos para cuidar de um bebê. No último ano, no Brasil, o índice de gestações na adolescência diminui 9%. Porém, a queda ainda é considerada muito pequena, sendo que foram 440 mil novos casos de gravidez entre meninas de até 18 anos de idade.

No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde contabiliza o número de bebês nascidos vivos de mães com menos de 20 anos de idade. Em 2006, foram 31.985.

Em 2007, 29.746. Já os dados mais recentes, de 2008, apontam 29.705 crianças, o que também indica que está havendo redução. Ontem, em Curitiba, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia coordenou uma distribuição de material informativo sobre gestação precoce em alusão ao Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência, que irá acontecer no próximo domingo.

“No Brasil, a média de idade da primeira gestação na adolescência é de 15.9 anos. A gravidez na adolescência é considerada de alto risco tanto para a mãe, que fica mais propensa a desenvolver problemas como anemia e pressão alta, quanto para o bebê, que tem mais chances de nascer prematuro ou com baixo peso”, diz a médica ginecologista e integrante da comissão de anticoncepção da federação, Arícia Giribela.

Além de problemas físicos, a gravidez na adolescência também mexe com o emocional da menina, que acaba tendo que mudar seus planos de vida. Segundo Arícia, o que leva as adolescentes a engravidar não é a falta de informação a respeito do assunto ou de acesso a anticoncepcionais.

“O que acontece é que muitas vezes a adolescente não entende a informação que chega até ela ou a absorve de forma muito abstrata, achando que o problema só acontece com os outros e nunca vai acontecer com ela. Além disso, a adolescência é um período de autoafirmação, onde muitas vezes se demonstra rebeldia”.

Para prevenir as gestações precoces, a médica acredita que é importante a família estar aberta à conversação e transmissão de informações. O ginecologista também deve ser visitado periodicamente, sendo encarado como um profissional amigo e no qual as adolescentes podem confiar.

“O papel da mídia também é de extrema importância na prevenção. Os veículos de comunicação devem discutir o assunto e colocar, por exemplo, personagens usando camisinha”, afirma.

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