Diferentes realidades nas bibliotecas universitárias

As bibliotecas universitárias no Paraná vivem situações distintas. Enquanto o sistema de bibliotecas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) sobrevive, desde 1999, graças à sensibilidade das suas administrações, e a Universidade de Londrina (UEL) ainda atualiza seu acervo devido a uma verba recebida do Ministério da Educação (MEC) em 2003, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) admite que a quantidade e qualidade das publicações que seus alunos encontram nas prateleiras está longe do ideal.

"A situação já esteve pior, mas ainda sentimos falta de verbas para adquirir a quantidade ideal de títulos que uma entidade como a UEPG precisa", afirma Cristina Maria Botelha, diretora em exercício da biblioteca da universidade. Ela conta que a entidade recentemente adquiriu novos livros, tentando oferecer aos usuários a bibliografia exigida pelos professores, mas apesar de conseguir trazer títulos variados, só foi capaz de comprar poucos exemplares de cada um. "E a verba para essa compra saiu do orçamento não aprovado de um novo sistema antifurto para a biblioteca. Agora temos os livros, mas corremos o risco de que eles sejam roubados", revela.

Situação inversa vive a UEL. Segundo a secretária executiva do Sistema de Bibliotecas da instituição, Ilda Giorgiani Cortezão, em 2003 o MEC destinou R$ 1,6 milhão para que a universidade adquirisse livros e melhorasse a sua infra-estrutura. "Estamos bem servidos de títulos, quase chegando ao ideal. Ainda temos dinheiro até abril para comprar livros, sendo que já recebemos mais de 13 mil volumes nesse período", conta a secretária. Mesmo assim, ela explica que sempre existem usuários descontentes, especialmente na área técnica, pois na sua avaliação "é impossível acompanhar a velocidade das atualizações".

Ligia Eliana Setenareski, diretora do sistema de bibliotecas da UFPR, compartilha da opinião da colega, e acrescenta que um novo projeto do MEC de tornar público parte do portal de periódicos na internet da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes) deve amenizar o problema. "A demanda do usuário sempre é maior do que a capacidade da universidade em adquirir os volumes", ressalta. Não à toa, a falta de livros nos acervos das instituições foi uma das maiores reclamações dos estudantes que fizeram o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o novo provão.

Mas, na avaliação da diretora, os alunos que utilizam as 15 bibliotecas da UFPR não têm do que reclamar. "A situação das bibliotecas das universidades federais é lastimável, pois desde 1999 o MEC não destina recursos para compra de livros para elas", afirma. A UFPR só estaria bem servida, segundo Setenareski, porque os reitores sempre foram sensíveis à situação, destinando recursos próprios para melhorar e atualizar os acervos. O MEC já prometeu destinar R$ 20 milhões em 2006 e 2007 para tentar atualizar as bibliotecas das federais, e nos próximos dias começa um censo com os professores para mapear as deficiências desse setor.

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