A notícia do possível cumprimento de um mandado de reintegração de posse deixou em alerta as pessoas que estão vivendo em um terreno invadido no Campo Comprido, entre as ruas João Dembinski e Teodoro Locker, em Curitiba.

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Ontem de manhã, o clima era tenso no lugar, que foi ocupado indevidamente por cerca de três mil famílias (dez mil pessoas) no dia 6 de setembro. Os moradores fizeram algumas barricadas ao longo do terreno e vários carros da Polícia Militar (PM) foram vistos circulando por ruas próximas. Entretanto, nada aconteceu.

O prazo para que as famílias realizassem uma desocupação pacífica terminou no último dia 23. “Os moradores souberam por diversas fontes que a reintegração ocorreria hoje (ontem).

Por isso, passaram a noite acordados e muito nervosos. Tudo isso só está acontecendo porque não existem políticas habitacionais eficazes”, disse o integrante da Central de Movimentos Populares, Luiz Herlani, que está apoiando as pessoas presentes no terreno.

Chuniti Kawamura
Amilton Pereira: medo de repressão.
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O mestre-de-obras Amílton Pereira, que ocupa a área na companhia da esposa e de três filhos adolescentes, confirmou que a madrugada de ontem foi agitada. Segundo ele, as famílias estavam com muito medo de serem retiradas do terreno, pois não têm para onde ir.

“Estávamos com muito medo de sofrer repressão policial e as crianças estavam bastante assustadas. Se tivéssemos para onde ir, não estaríamos aqui (no terreno invadido) passando frio e tomando chuva”, desabafou.

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Dias depois de ser invadido, o terreno no Campo Comprido começou a ganhar ares de vila. No local, existem algumas barracas e muitas peças pequenas construídas em madeira. Foram feitas ligações irregulares de água e luz e a área foi dividida em lotes.